sexta-feira, 30 de março de 2007

Monte Hermoso

Reprodução por meios fotográficos de Elza Amaral
© Família de António Aniceto Monteiro
Lídia e António Aniceto com os netos (em Monte Hermoso): Matias Monteiro (filho de António), Marcela, Maria Fernanda Monteiro (filhas de Luiz).

quinta-feira, 29 de março de 2007

En las márgenes del Napostá...

Nas margens do rio Tejo... (cerca de 1941)
Digitalização de Jorge Rezende

Arroyo Napostá


"Tristezas de Bahía Blanca! En las márgenes del Napostá, entre vientos y tormentas en que la tierra nos ahoga, veo Lisboa distante – recuerdos de mi infancia!"
*
Arroyo Napostá
De Wikipedia, la enciclopedia libre
El Arroyo Napostá nace en la localidad de Sierra de La Ventana, provincia de Buenos Aires, Argentina y tras un recorrido de 130 km que atravieza al partido y a la ciudad de Bahía Blanca, desemboca por la bahía en Mar Argentino.
Hasta la localidad de Tres Picos, sus aguas son especialmente cristalinas y en ellas conviven muchas especies de peces.

En Bahía Blanca
En la ciudad de Bahía Blanca recorre el margen este del
Parque de Mayo y en la intersección de la Avenida Urquiza y Casanova comienza el entubado que finaliza en la Terminal de Ómnibus San Francisco de Asís, y en cuyo tramo inicial se emplaza el Paseo de las Esculturas. En los sectores en los que el arroyo se encuentra descubierto, como a lo largo del parque, sus orillas se mantienen parquizadas para la recreación de la comunidad y se han construído ciclovías y pasarelas peatonales para organizar la circulación y brindar mayor comodidad e higiene.

Bahía Blanca, Argentina - en las márgenes del Napostá...




Em Bahía Blanca viveu António Aniceto Monteiro de meados de 1957 a meados de 1977, e de meados de 1979 até à sua morte em 1980.
No primeiro mapa está a província de Buenos Aires na qual se integra Bahía Blanca. Pode também ver-se Monte Hermoso.
O terceiro mapa é uma planta onde se vê a Avenida Colón onde se localiza a reitoria da Unversidad Nacional del Sur.
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San Juan, Argentina




Aqui viveu António Aniceto Monteiro de Dezembro de 1949 a meados de 1957.
No primeiro mapa estão marcadas as províncias San Juan, a norte, e a sua vizinha, Mendoza, a sul.
O segundo mapa mostra a província de San Juan. Podemos ver a localização da capital e, também, Calingasta, entre outras cidades.
No terceiro mapa estão as províncias de San Juan, San Luis e Mendoza.
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CRONOLOGIA DO PERÍODO EM QUE ANTÓNIO ANICETO MONTEIRO VIVEU EM SAN JUAN
1949
...
Em 5 de Dezembro, vindo do Brasil, chega à Argentina (Buenos Aires), contratado pela Universidad Nacional de Cuyo (sediada na cidade de San Juan, província de San Juan). De 1950 até 1956 é aí docente de Análise Matemática na Facultad de Ingeniería, Ciencias Exactas, Físicas y Naturales.
A partir de 1950 é professor de Matemáticas Superiores na Faculdade de Ciências da Educação da mesma universidade, na cidade de San Luis.
1950
Em Janeiro e Fevereiro ao chegar à Argentina redige um trabalho sobre Aritmética de los filtros en la Teoría de los Espacios Topológicos, no qual expõe resultados que obteve sobre o assunto, que envia como anónimo ao concurso internacional organizado pela Sociedade Matemática de França em comemoração do jubileu do seu mestre Maurice Fréchet. Este trabalho foi eleito entre os quatro melhores apresentados.
1951
António Monteiro é co-fundador do Departamento de Investigaciones Científicas (DIC) da Universidad Nacional de Cuyo (Mendoza) onde é professor.
1953
Professor Full-time no Instituto de Matemática do DIC na Universidad Nacional de Cuyo, desempenhando as suas actividades como docente na Faculdade de Engenharia de San Juan.
1954
António Monteiro participa no Segundo Congresso Latino-Americano de Matemática, em Villavicencio, no Instituto de Matemática de Mendoza, organizado pela UNESCO de 21 a 25 de Julho, em que apresenta uma exposição do conjunto dos resultados obtidos no seu trabalho La Aritmética de los filtros en la Teoría de los Espacios Topológicos.
1954-1956
António Monteiro é professor de matemática na Escola de Arquitectura da Faculdade de Engenharia de San Juan, da Universidad Nacional de Cuyo.
1955
Em Fevereiro António Aniceto Monteiro lecciona um dos Primeiros Cursos Latino-americanos de Matemática patrocinados pela UNESCO, que se realizam no Instituto de Matemática de Mendoza, destinados ao aperfeiçoamento de Professores Universitários, ao qual assistem professores do Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Peru, Chile e Argentina.
António Monteiro é co-fundador da Revista Matemática Cuyana, tendo sido nomeado membro do seu comité de redacção.
1956-1957
Professor Contratado da Faculdade de Engenharia de San Juan, Universidad Nacional de Cuyo.
1956
Em 1956 é eleito pelos seus colegas do Instituto de Matemática de Mendoza, para realizar uma viagem ao Paraguai, Bolívia, Peru e Chile com o objetivo de estudar o aproveitamento dos bolseiros que tinham assistido aos cursos de 1955 e ajudá-los no seu trabalho. Realiza esta viagem em 1956 patrocinado pela UNESCO, tendo logo apresentado a esta instituição, um pormenorizado relatório sobre a situação nos diversos países.
Em 23 de Agosto é designado Profesor Titular, por concurso, da cátedra de Análise da Facultad de Ciencias Exactas y Naturales de la Universidad de Buenos Aires, por decisão de um júri integrado por Beppo Levi, Mischa Cotlar e Rodolfo Ricabarra. Recusa essa posição.
É convidado a organizar o Instituto de Matemática da Universidade de Santiago do Chile mas recusa, também, esse convite.
Em 6 de Janeiro é criada a Universidad Nacional del Sur (UNS), Bahía Blanca, Argentina, e António Aniceto Monteiro é convidado a nela se incorporar e aceita (razão por que recusa os outros dois convites).
Nomeado membro correspondente da Academia Brasileira de Ciências.
1957
Em Julho de 1957 vai viver para Bahía Blanca com a posição de Professor Contratado da Universidad Nacional del Sur.

quarta-feira, 28 de março de 2007

Angola

(com informações geográficas)
*
António Aniceto Monteiro nasceu em Mossâmedes, Angola, em 31 de Maio de 1907. Angola era a sua terra natal. Mossâmedes era a designação desssa época, mais tarde (anos 20?) mudada para Moçâmedes. O nome depois da independência passou a ser Namibe. Os oito primeiros anos da sua vida, até à morte do pai, em 1915, passou-os o menino António Aniceto em pleno cenário de guerra. A mesma guerra que acabaria por matar o pai, tenente de infantaria, deixando uma viúva e dois órfãos.
Aqui serão colocadas ligações que podem ter interesse para a compreensão da História de Angola e da vida de António Aniceto Monteiro:

1) Angola - parte de Country Studies (USA).
...
Expansion and the Berlin Conference
SETTLEMENT, CONQUEST, AND DEVELOPMENT
The Demographic Situation
Military CampaignsAdministration and Development
ANGOLA UNDER THE SALAZAR REGIME
Angola under the New State
Salazar's Racial Politics
RISE OF AFRICAN NATIONALISM
...
2) Direcçao Nacional dos Caminhos de Ferro - Da Wikipedia, l'enciclopedia libera (em italiano).

domingo, 25 de março de 2007

24 de Marzo de 1976: Golpe de Estado en Argentina

BIBLIOGRAFÍA DE ANTÓNIO ANICETO MONTEIRO

Trabajos Científicos

[M1] Sur les noyaux additifs dans la théorie des équations intégrales de Fredholm, Comptes Rendus de l’Académie des Sciences de París, 198 (1er. Sem. 1934), 1737.

[M2] Sur une classe de noyaux de Fredholm développables en série de noyaux principaux, Comptes Rendus de l’Académie des Sciences de Paris, Tomo 200, (1er. Sem. 1935), 2143.

[M3] Sur l'additivité des noyaux de Fredholm, Tesis de Doctorado en la Sorbona. Portugaliae Mathematica, 1, Fasc. 1 (1937), 1-174.

[M4] Sur l'Axiomatique des Espaces V, en colaboración con H. Ribeiro, Portugaliae Mathematica, 1, Fasc. 4 (1940), 275-288.

[M5] Sur l'additivité dans un anneau, Portugaliae Mathematica, 1, Fasc. 4 (1940), 289-292.

[M6] Caractérization des Espaces de Hausdorff au moyen de l'opération de derivation, Portugaliae Mathematica, 1, Fasc. 4 (1940), 333-349.

[M7] Os conjuntos mutuamente conexos e os fundamentos da topología geral, (con Armando Gibert), Las Ciencias, Año VII, nro. 2, (Diciembre 1940), 1-4. Comunicación al Congreso Luso-Español para el progreso de las Ciencias, Zaragoza, 1940.

[M8] Les ensembles fermés et les fondements de la topologie, Portugaliae Mathematica, 2 (1941), 56-66.

[M9] La notion de fermeture et les axiomes de séparation, Portugaliae Mathematica, 2 (1941), 290-298.

[M10] L'opération de fermeture et ses invariants dans les systèmes partiellement ordonnés, (con H. Ribeiro), Portugaliae Mathematica, 3 Fasc. 3 (1942), 171-184.

[M11] Caractérisation de l'opération de fermeture par un seul axiome, Portugaliae Mathematica, 4 (1944), 158-160.

[M12] La notion de fonction continue, (con H. Ribeiro), Summa Brasiliensis Mathematicae, 1, fasc. 1, (1945), 1-8.

[M13] Arithmétique des filtres premiers, Comptes Rendus de l'Académie des Sciences de París, 225 (1947), 846-848.

[M14] Filtros e Ideais I, Notas de Matemática 2, Río de Janeiro. 1ra. impresión (1948), 60 páginas, 2da. impresión (1955), 57 páginas.

[M15] Filtros e Ideais II, Notas de Matemática 5, Río de Janeiro. 1ra. impresión (1948), 131 páginas, 2da. impresión (1955), 130 páginas.

[M16] Réticulés distributifs de dimension linéaire n, Comptes Rendus de l'Académie des Sciences de París, 226 (1948), 1658-1660.

[M17] Note on uniform continuity, (con Mauricio Peixoto), Procedings of the International Congress of Mathematics, 1 (1950), 385.

[M18] Le nombre de Lebesgue et la continuité uniforme, en colaboración con Mauricio Peixoto, Portugaliae Mathematica, 10 (1951), 105-113.

[M19] Les filtres fermés des espaces compacts, Gazeta de Matemática, 50 (1951), 95-96.

[M20] Propiedades características de los filtros de un álgebra de Boole, Acta Cuyana de Ingeniería, 1, nro. 5 (1951), 1-7.

[M21] L'arithmétique des filtres et les espaces topologiques, Segundo Symposium sobre algunos problemas matemáticos que se están estudiando en Latino-América, Villavicencio, Mendoza Argentina. Unesco, Montevideo, (1954), 129-162.

[M22] Axiomes indépendants pour les algèbres de Brouwer, Revista de la Unión Matemática Argentina. 17 (1955), 149-160.

[M23] Les ensembles ordonnées compacts, Revista Matemática Cuyana, 1, fasc. 3 (1955), 187-194.

[M24] Algebras de Heyting monádicas, en colaboración con Oscar Varsavsky. Actas de las X Jornadas de la U.M.A., Universidad Nacional del Sur, Bahía Blanca, Argentina, (1957), 52-59. Notas de Lógica Matemática 1, Instituto de Matemática, Universidad Nacional del Sur (1974).

[M25] Normalidad en las álgebras de Heyting monádicas, Actas de las X Jornadas de la U.M.A., Universidad Nacional del Sur, Bahía Blanca, Argentina, (1957), 50-51. Notas de Lógica Matemática 2, Instituto de Matemática, Universidad Nacional del Sur (1974).

[M26] Algebras monádicas, Conferencia realizada en el Segundo Coloquio Brasileiro de Matemática, Poços de Caldas 1959c. Actas do Segundo Coloquio Brasileiro de Matemática, São Paulo, Brasil (1960), 33-52. Notas de Lógica Matemática 7, Instituto de Matemática, Universidad Nacional del Sur (1974).

[M27] Matrices de Morgan caractéristiques pour le calcul propositionnel classique, Anais da Academia Brasileira de Ciências 32 nro. 1, (1960), 1-7. Notas de Lógica Matemática 6, Instituto de Matemática, Universidad Nacional del Sur (1974).

[M28] Sur la définition des algèbres de Łukasiewicz trivalentes, Bulletin Mathématique de la Societé des Sciences Mathematiques et Physiques de la R.P. Roumaine, Nouvelle serie 7 (55), nro. 1-2 (1963), 1-12. Notas de Lógica Matemática 21, Instituto de Matemática, Universidad Nacional del Sur (1964).

[M29] Construction des algèbres de Nelson finies, Bulletin de l'Academie Polonaise des Sciences, 11 nro. 6 (1963), 359-362. Notas de Lógica Matemática 15, Instituto de Matemática, Universidad Nacional del Sur (1964).

[M30] Relations between Łukasiewicz three valued algebras and monadic Boolean algebras, International Congress for Logic, Methodology and Philosopy of Sciences. Program and Abstracts the Hebrew University , Jerusalem, Israel (1964), 16-17.

[M31] Construcción geométrica de las álgebras de Łukasiewicz libres. (Con R. Cignoli). Revista de la U.M.A. 22, nro.3 (1965), 152-153.

[M32] Boolean elements in Łukasiewicz algebras. (Con R. Cignoli). Proc. of the Japan Academy 41, nro. 8 (1965), 676-680. Notas de Lógica Matemática 24, Instituto de Matemática, Universidad Nacional del Sur (1974).

[M33] Généralisation d'un théorème de R. Sikorski sur les algèbres de Boole, Bulletin des Sciences Mathématiques 2éme Série, 89 (1965), 65-74. Notas de Lógica Matemática 10, Instituto de Matemática, Universidad Nacional del Sur (1974).

[M34] Caracterisation des algèbres de Nelson par des égalités I et II. (Con D. Brignole). Proc. of the Japan Academy 43, nro. 4 (1967), 279-285. Notas de Lógica Matemática 20, Instituto de Matemática, Universidad Nacional del Sur (1974).

[M35] Construction des algèbres de Łukasiewcz trivalentes dans les algèbres de Boole monadiques I, Mathematica Japonicae, 12, nro. 1 (1967), 1-23. Notas de Lógica Matemática 11, Instituto de Matemática, Universidad Nacional del Sur (1974).

[M36] Sobre un cálculo proposicional de Moisil, Comunicación presentada a la U.M.A. Revista de la U.M.A. y de la A.F.A. 23, nro. 4 (1968), 201.

[M37] Generadores de Reticulados distributivos finitos, Actas del Simposio Panamericano de Matemática Aplicada, Buenos Aires, (1968), 465.

[M38] Algebra del cálculo implicativo trivalente de Łukasiewicz. (Con M. García). Comunicación presentada a la U.M.A. Revista de la U.M.A. y de la Asociación Física Argentina 23, nro. 4 (1968), 200.

[M39] Les algèbres de Morgan libres. (Con O. Chateaubriand). Notas de Lógica Matemática 26, Instituto de Matemática, Universidad Nacional del Sur (1969).

[M40] La semi-simplicité des algèbres de Boole Topologiques et les systèmes déductifs. Revista de la U.M.A. 23 (1971), 417-448.

[M41] Algèbres de Boole Cycliques, Revue Roumaine de Math. Pures et Appliqués, Tome XXIII, 1 (1978), 71-76.

[M42] L'Arithmétique des Filtres et les espaces topologiques I-II, Notas de Lógica Matemática 29, Instituto de Matemática, Universidad Nacional del Sur (1974). La parte I reproduce el trabajo de 100 páginas Arithmétique des espaces topologiques, enviado en 1950 para un concurso organizado por la Sociedad Matemática de Francia en ocasión del jubileo del Prof. Maurice Fréchet. Este trabajo fue elegido entre los cuatro mejores presentados en el concurso (ver Bulletin de la Societé Mathématique de France, 1951, XXXIX-XL).

[M43] Les éléments réguliers d'un N-lattice. Les N-lattices linéaires. Instituto Nacional de Investigação Científica. Centro de Matemática e Aplicações Fundamentais da Universidade de Lisboa. Textos e Notas 15 (1978).

[M44] Conjuntos graduados de Zadeh, Técnica, 40, nro. 449-450 (1978), 11-34, Lisboa, Portugal.

[M45] Sur les algèbres de Heyting symétriques, Portugaliae Mathematica 39 (1980), 1-237.

[M46] Unpublished papers I. Redacción de L. Monteiro, Notas de Lógica Matemática 40, Instituto de Matemática, Universidad Nacional del Sur (1996). Contiene los siguientes trabajos: 1) Les algèbres de Tarski avec un nombre fini de générateurs libres, (Con L. Iturrioz),(1965); 2) Construction des algèbres de Boole libres dans les algèbres de Łukasiewicz trivalentes libres, (1966); 3) Représentation d'une algèbre de Łukasiewicz trivalentes par une algèbre de Łukasiewicz trivalente d'ensembles. Caractère universel de la construction L des algèbres de Łukasiewicz trivalentes, (1966); 4) Axiomes indépendants pour les algèbres de Nelson, de Łukasiewicz trivalentes, de De Morgan et de Kleene, (Con L. Monteiro), (1973); 5) Algèbres de Stone libres, (Con L. Monteiro), (1968); 6) Les algèbres de Nelson semi-simples, (1963); 7) Algèbres de Hilbert linéaires, (1961).

[M47] Algebras de Łukasiewicz trivalentes con un número finito de generadores libres. Algebras de Moisil trivalentes con un número finito de generadores libres. Redacción de L. Monteiro, Informes Técnicos Internos Nro. 61, INMABB-CONICET-UNS, (1998).

[M48] Sobre el número minimal de generadores de reticulados distributivos finitos y álgebras de Boole. Redacción de L. Monteiro, Informes Técnicos Internos Nro. 65, INMABB-CONICET-UNS, (1998).

[M49] Le radical d'une algèbre de Nelson I3. Redacción de I. Viglizzo y L. Monteiro, Informes Técnicos Internos Nro. 67, INMABB-CONICET-UNS-UNS, (1999).

[M50] Répresentation des algèbres de Tarski monadiques, (Con L. Iturrioz). Redacción de L. Monteiro, Informes Técnicos Internos Nro. 76, INMABB-CONICET-UNS-UNS, (2002).

Otras Comunicaciones presentadas a la Unión Matemática Argentina (U.M.A.)

1) Caracterización de las Algebras de Nelson por igualdades, Revista de la U.M.A. y de la Asociación Física Argentina (A.F.A.), 19, nro. 5 (1962), 361.

2) Representación de las Algebras de Tarski monádicas, Revista de la U.M.A. y de la A.F.A., 19, nro. 5 (1962), 361.

3) Construcción de las Algebras de Nelson finitas, Revista de la U.M.A. y de la A.F.A., 19, nro. 5 (1962), 361.

4) Linéarisation de la logique positive de Hilbert Bernays, Revista de la U.M.A. y de la A.F.A., 20 (1962), 308-309.

5) Algebras de Nelson semi-simples, Revista de la U.M.A. y de la A.F.A., 21, nro. 3 (1963), 145-146.

6) El cálculo proposicional trivalente de J. Łukasiewicz y la lógica clásica, Revista de la U.M.A. y de la A.F.A. 22, nro. 1 (1964), 43.

7) Cálculo Proposicional implicativo clásico con n variables proposicionales, (Con L. Iturrioz), Revista de la U.M.A. y de la A.F.A. 22, nro. 3 (1965), 146.

8) Generalización de un teorema de Sikorski sobre álgebras de Boole. Revista de la U.M.A. 22, nro. 3 (1965), 151.

9) Algebras de Boole involutivas, Revista de la U.M.A. y de la A.F.A., 23, nro. 1 (1966), 39.

10) Algebras de Morgan con n generadores libres. Con O. Chateaubriand. Revista de la U.M.A. y de la A.F.A., 23, nro. 4 (1968), 200.

11) Algebras de Stone con n generadores libres. En colaboración con L. Monteiro. Revista de la U.M.A. y de la A.F.A.,23, nro. 4 (1968), 201.


Trabajos de carácter docente y de divulgación

1) Exercicios de Algebra Superior. Con C. F. Carvalho e M. Zaluar Nunes. Lisboa (1931), 162 pp.

2) Clubes de Matemática, Gazeta de Matemática 11 (1942), 8-12. Traducción, por L. Vigili, publicada en Matemática Elemental, 4ta. serie, tomo 3 (1943), 6 pp.

3) O prémio nacional Doutor Francisco Gomes Teixeira, Gazeta de Matemática, Nro. 15 (1943), 8-9.

4) Um jornal portugues esquecido. Gazeta de Matemática, Nro. 17 (1943), 1-4.

5) Introdução ao estudo da noção de função continua. Publicações do Centro de Estudos Matemáticos da Faculdade de Ciências do Porto, 8 (1944), 153 pp. Lecciones dictadas en la Faculdade de Ciências do Porto y redactadas por A. Pereira Gomes.

6) Espaços de Sierpinski, Cadernos de Análise Geral, 6 , Porto, 1ra. edição 1944, 2da. edição 1945.

7) Espaços acessíveis de Fréchet. Cadernos de Análise Geral 6, Porto, 1ra. edição 1944, 2da. edição 1945.

8) Aritmética Racional, con J. Silva Paulo. Lisboa. Livraria Avelar Machado, 1945, 182 pp.

9) Notas sobre la teoría de los enteros. Apuntes. Centro de Estudiantes de Ingeniería de San Juan, Argentina (1950), 32 pp.

10) Notas sobre algebra de los conjuntos. Apuntes. Asociación de Estudiantes de Ingeniería de San Juan, Argentina (1954), 20 pp.

11) Algebras de Heyting, redacción de I. Viglizzo y L. Monteiro, Informes Técnicos Internos Nro. 51, INMABB-CONICET-UNS, (1995).

12) Algebras de Boole Monádicas. (Con L. Monteiro), Informes Técnicos Internos Nro. 67, INMABB-CONICET-UNS, (1999).

13) Algebras de De Morgan, (Con L. Monteiro), Informes Técnicos Internos Nro. 72, INMABB-CONICET-UNS, (2000).

14) Algebras de Boole involutivas, redacción de L. Monteiro Informes Técnicos Internos Nro. 78, INMABB-CONICET-UNS, (2000).

15) Algebras de Łukasiewicz trivalentes, redacción de L. Monteiro, Informes Técnicos Internos Nro. 83, INMABB-CONICET-UNS,(2003).

16) Cálculo Proposicional Implicativo Clásico, redacción de L. Monteiro, Informes Técnicos Internos Nro. 90, INMABB-CONICET-UNS, (2005).

[Agradecimentos ao Prof. Luiz Monteiro]

quarta-feira, 21 de março de 2007

Discípulos de António Aniceto Monteiro


António Aniceto Monteiro sempre mostrou uma grande preocupação em transmitir a sua experiência pessoal ajudando e estimulando os jovens a trabalhar na investigação científica.
Realizaram teses de doutoramento sob a sua direcção: Antonio Diego (apresentada na Universidade de Buenos Aires), Roberto Cignoli e Luisa Iturrioz (apresentadas na Universidad Nacional del Sur), Mário Tourasse Teixeira (apresentada na Universidade de São Paulo) e Isabel Loureiro (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa).
Realizaram trabalhos sob a sua direcção: Horacio Porta, Diana Brignole, Ricardo Maronna, Manuel Fidel, Luiz Monteiro, Aldo Figallo, Alicia N. Ziliani, Manuel Abad, María Luisa Gastaminza, Susana Gastaminza, Darío Picco (Argentina), Lorenzo González Coppola (Chile) e Osvaldo Chateaubriand (Brasil).
Além disso exerceu uma grande influência sobre muitas pessoas que vieram a revelar-se destacados matemáticos, entre os quais se podem mencionar:
Em Portugal: José Sebastião e Silva, Hugo Baptista Ribeiro e Alfredo Pereira Gomes.
No Brasil: Leopoldo Nachbin, Maurício Peixoto e Paulo Ribenboim.
Na Argentina: Orlando Villamayor, María L. Bruschi.
*
[Agradecimentos ao Prof. Luiz Monteiro]

terça-feira, 20 de março de 2007

Exposição António Aniceto Monteiro / Portugaliae Mathematica

Exposição António Aniceto Monteiro / Portugaliae Mathematica
Quando 31 de Maio de 2007 a 31 de Julho de 2007
Onde Museu de Ciência
Categorias relacionadas Exposições Museu de Ciência

Organização
Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) em colaboração com o Museu de Ciência e o apoio do Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

Esta exposição visa assinalar o centésimo aniversário do nascimento do matemático português António Aniceto Monteiro - grande promotor de Clubes de Matemática nas escolas e universidades - e o septuagésimo aniversário da revista científica Portugaliae Mathematica. A mostra pretende abordar a vida e obra de António Aniceto Monteiro, tendo como roteiro uma fotobiografia do matemático (ainda por publicar) e integrando - através do Clube de Matemática da SPM - actividades destinadas a alunos do Ensino Básico e Secundário.
Com a exposição relativa aos 70 anos da Portugaliae Mathematica pretende-se chamar a atenção do público interessado para a existência de uma revista portuguesa de índole internacional dedicada à investigação em Matemática, tendo publicado e continuando a publicar contribuições de matemáticos reputados, e com isso fomentar junto dos jovens o interesse por esta disciplina. Neste âmbito, serão expostos painéis não só sobre matemáticos famosos dos séculos XX e XXI que publicaram na Portugaliae Mathematica, mas também acerca da importância dos trabalhos de investigação que desenvolveram ao longo da sua vida, com artigos específicos (curtos) por especialistas portugueses de cada uma das áreas.
Informações detalhadas
Marcação de Visitas
Sofia Miranda
Museu de Ciência da Universidade de Lisboa
Telefone
+351 213 921 808
Correio Electrónico
gdcultural@fc.ul.pt
Informações
Clube de Matemática - SPM
Av. da República, 37 - 4.º1500 - 187 Lisboa
Telefone
+351 217 939 785
Fax
+351 217 952 349
Correio Electrónico
clube@spm.pt
Sítio
http://clube.spm.pt/static.php?orgId=104
http://mat.fc.ul.pt/pt/
Ver também o anúncio da Faculdade de Ciências da U L

domingo, 18 de março de 2007

Sul de Angola

Militares Portugueses no Lubango, Janeiro de 1915
(...)

Em 1915, depois de desembarcar em Moçâmedes, a expedição de Pereira d’Eça subiu ao planalto e prosseguiu para Leste, mantendo-se a alguns dias de marcha do Cunene, para evitar incidentes na preocupante fronteira com a colónia alemã do Sudoeste Africano.

Nas deslocações de uma coluna militar, a cavalaria tinha por missão explorar o terreno na vanguarda e nos flancos, em constante movimentação, procurando evitar que a infantaria fosse surpreendida.

(...)

O itinerário da expedição tinha sido preparado pelo “serviço de etapas”, fixando os locais de abastecimento, em especial os cursos de água, onde homens e animais poderiam dessedentar-se. No entanto uma seca rigorosa gorou as expectativas, e depois de atravessarem vários leitos secos, houve que inflectir para o Cunene. Foi uma longa marcha, sempre a passo para evitar a transpiração, mas sem paragens, até porque nos últimos quilómetros nada detinha os animais, nem os fazia desviar do caminho do rio. Apesar de toda a sua fidelidade, os cavalos podiam virar a cabeça, apertados pelo freio dos cavaleiros, e tentavam acelerar o passo na direcção da água que já pressentiam, e a que conseguiram chegar nos limites da desidratação.

A cavalaria era uma arma fundamental nas vastidões africanas, mas seguindo o ditado português de que “quem não tem cão caça com gato”, quando não havia cavalos, os dragões montavam muares. Naquelas condições a sua segurança era dramaticamente reduzida, porque a vantagem da cavalaria era a rapidez. Com as mulas não se pode andar a “mata cavalos”, porque quando estão cansadas empinam-se, escoucinham, mas não avançam. Os dragões que só conseguiam mulas para as suas missões de patrulha despediam-se em grande pranto dos camaradas, porque dificilmente conseguiriam regressar.

Reagrupada e reabastecida a expedição, foi decidido que só uma progressão muito rápida sobre os objectivos conseguiria surpreender o inimigo, e concluir com sucesso a expedição. Rapidez significava naquelas circunstâncias, significava andar a mais de 30 quilómetros por dia, que era a velocidade de transmissão das mensagens dos “tantans” africanos. Assim os soldados, subalimentados e desidratados, foram obrigados a uma marcha forçada, que provocava frequentes desfalecimentos.

Certamente havia macas, mas não havia maqueiros, e o Dr. Monteiro d’Oliveira, movimentando-se na rectaguarda, recolhia os soldados desfalecidos, atravessava-os no cavalo, e levava-os até um carro de bagagem , onde ficavam estendidos o resto do dia. Como medicamentação recebiam um remédio precioso pela sua escassez: ¼ de água das pedras. A terapêutica era eficaz a 100% e no dia seguinte os soldados já marchavam ao lado dos camaradas.

A pronta recuperação de tantas baixas acabou por ser notada pelo general Pereira d’Eça, que mais tarde exarou um louvor ao tenente-médico António Monteiro d’Oliveira.

Finalmente a vila de N’giva (futura vila Pereira d’Eça) surgiu à vista da coluna. Era um dos principais objectivos da missão. Os dragões carregaram, a população fugiu, e quando a infantaria chegou a embala estava abandonada. A tomada de NGiva foi um sucesso, não só pelo reduzido número de baixas, mas também pela captura de documentação, nomeadamente uma curiosa carta de um missionário luterano, desaparecido na confusão do ataque, que comunicava aos seus superiores no Sudoeste Africano que a coluna portuguesa tinha sido totalmente derrotada...

[Copiado de Antigamente... ]

The Conquest of Southern Angola

Deepest South
From 1885 until 1915, the south of Angola was war. War in all forms and for all reasons known in Portuguese Africa - from cattle-thieving raids and ethnic revolts to international armed conflict - with such intensity and participation of European contingents seldom seen south of the Sahara. It would become, from 1904, the proving ground of a not so small part of the Portuguese Officers Corp and the touchstone of their ability to conquer. In short, Southern Angola would be the Indochina, Madagascar the Sudan and Morocco of a Portuguese colonial Renaissance.
For the more enlightened Africans, specially some Ovambo chiefs, the way-out seemed unavoidable. Sooner or later the German machineguns to the south, and the Portuguese to the north, would riddle with bullets their last independent nations. But the debility and hesitations of the Portuguese administration would allow them one last hope of avoiding the dreaded outcome. This was not a childish miscalculation, for at least one Ovambo nation, the Kwanyama, would keep total suzerainty over its territory until the summer of 1915, while the powerful Ovimbundo kingdoms of Central Angola had succumbed thirteen years earlier.
First Attempts
This part of Angola, that spreads from the sea to the Cubango river is located in the so called "Savannah Region", stretching inland into deepest Africa, across the continent, until it reaches the East Coast. Poked by baobab trees, thickets and small bush woods, it's a land rich in cattle that grazes in tender pastures called chanas, confined to the south by the "hunting territories" criss-crossed, at this time, not only by pombeiros ( Portuguese traders or salesmen who travelled the hinterland: pombe), but also by British, American, Brazilian, German and Scandinavian professional hunters, French missionaries and Finnish Lutherans! Further still are the deserts and barren lands which characterise Southwest Africa. The most predominant ethnic group populating the area is the Bantu, which migrated from the north and are represented by the Ovambo, Herero and Nyaneca-Humbe, with the non-Bantu formed by the Hottentot-Bushmen and Va-twa.
Although the Portuguese had made their presence felt since 1641, the first real attempt to colonise the south was made in 1785, when the Governor General of Angola sent two expeditions, one by sea and another by land, who established the settlement of Mossamedes on the coast. From 1843 until 1857, Portuguese, Brazilian and some German settlers established themselves not only in Mossamedes but further inland, climbing the 1800 meters of the Chela mountain ridge to reach the Huila plateau. In 1857 the Huila fort was attacked by 8000 warriors of the Nano people, inhabitants of Central Angola, in the region south of Bihe. They were repulsed by a small force of regulars and settlers after a four days battle. The Nano would strike again in force in 1860, seizing cattle and capturing people, among them some settlers that would be rescued latter. The fort was once again besieged, and the Major in command was decapitated on the barrel of a cannon when his troops were defeated after a failed sortie. By 1867, all garrisons were abandoned with the exception of the half destroyed Huila fort, that was to hold the plateau on its own.
The Cape Dutch
On August 21 of 1879 a Boer trek arrived in Humbe. A delegation sent to the soba (chief) Chaungo was attacked, and on August 25 the Boers stormed his libata (African village) killing 25 people and putting him on the run. The Governor of Mossamedes which was informed of the incident six months latter, quickly invited the Boers to settle on the plateau. In September of 1880 they were given permission to settle an almost independent colony in Humpata. The government gave them 200 acres per family, and 277 Cape Dutch (name given to them by the Portuguese), 50 servants and Bastardos (Boer and African half-castes) under the authority of Jacobus Frederik Botha, three-hundred rifles in all, almost tripled the total white population on the plateau. Two new vectors of conquest and, specially, trade were therefor introduced: The horse and, even more important, the wagon. With the introduction of 100 horses and 2000 oxen, Portuguese trade got the autonomy that it longed for.
With a calculated risk, the Governor of Mossamedes requested their assistance to reoccupy Humbe. For this task he could gather 100 native soldiers but only 50 of them had rifles. Some time after September 1880, a Captain with 10 soldiers took possession of the fort, that by this time laid in ruins. Due to a lack of funds the Governor was forced to appoint a local merchant government-delegate, with the task of building a new fort at his own expenses.
By January 1881, fifty-seven Boer families had established in the Humpata colony, now named St. Januario. A detachment of troops was placed there under the command of the young and bright 2nd lieutenant Artur de Paiva, which latter married with one of Frederik Botha's daughters, and in November 1881, the Boers were given Portuguese citizenship, without real effect. The Boers would become indispensable auxiliaries in the subjugation of Humbe before 1900, and in the campaigns of Central Angola.
Settlers, Missionaries, Traders and Explorers
The period 1880-1881, which saw the beginning of as new era in the South, ended with the settlement of a French Spiritian Mission in Huila, under the relentless efforts of Father Duparquet. Although being foreigners and therefor seen as suspicious characters by the Portuguese, they turned out to be not only the Hearts & Minds on the plateau but, being Catholics of Alsacian extraction, became the hidden sentinels against the German advance from the south.
The new Portuguese policy for the plateau was to submit and pacify the local tribes in order to obtain the most fertile lands. In April 1882 a Portuguese farmer, captain of irregulars, with a small invading force of native infantry and African auxiliaries was attacked and defeated by the soba of Lubango. Although victorious, the soba had "the good taste" of not waiting for the arrival of Portuguese reinforcements. So was this fertile land "freed" from its inhabitants. This search for an healthy climate and good farmlands, adequate for European agriculture, would be one constant in the southern colonisation.
To balance the Boer influence on the plateau, which numbered 325 by 1883, the local authorities decided to insert 41 survivors of the Portuguese settlement of Pungo Andongo (near Luanda). By 1886, they had all but dispersed or returned to Europe. In 1884 another contingent of 42, this time from Madeira, established a colony near the Boer settlement. On 19th January 1885, 222 settlers arrived in Lubango. In August a further 349 settlers from Madeira went to Humpata and, from there, marched on with the previous 42 to establish the settlement of S. Pedro da Chibia. In all, by the end of 1885, Southern Angola had received 643 new Portuguese settlers. On the other hand, the Pilgrim-Fathers of 1849-1851, around 500 settlers at this time, had established and maintained 95 farms, from the coast to the hinterland. With this settlers, however, came many of the undesirables, unemployed and vagrants who would roam the hinterland as funantes (Portuguese merchants) building small empires, with brandy in one hand and the sjambok (Boer large whip) on the other, and raging war by private enterprise.
On March 10, 1884, the Portuguese explorers Roberto Ivens and Hermenegildo Capelo, who had made several scientific explorations across Angola between 1877-1880, arrived in Mossamedes. Their mission was not only geographical but also political. They were instructed to subject the Kwanyama and to obtain further information on German activities in Ovamboland. In seven months they would cross 3000 miles of African territory from the Atlantic coast to the Indian Ocean. When they finally arrived in Quelimane, Mozambique, of the 124 men which had began the expedition, only 56 were still barely alive.
Because the plough was not enough to show Portuguese suzerainty, the governor-general of Angola, Ferreira do Amaral, sent the sword as well. In September 1883, the governor of Mossamedes Nunes da Matta, went to Humbe with 30 African soldiers and four artillery pieces to reorganise what he had advised to abandon sixteen years earlier. In three years the Portuguese had re-established control over the southerly domains. Well...not quite. In June 1885 a dispute over the election of the new Kwanyama soba led to an attack on white hunters and the French catholic mission, which resulted in the death of Father Delpuech and one friar. Weyulu, the new soba, who could raise a force of 3000 men armed with Martini-Henry's and Wastley-Richards, no longer had the European moderating hand, able to influence his despotic temperament. Though some feared a wave of terror from the Kwanyama, Nunes da Matta didn't believe that the Humbe would rebel. He was to be tragically proven wrong.
The Humbe Revolts
First Revolt 1885-1886
This conflict, presents itself as a typical example of a recurring opposition between local traders and Portuguese military, and specially has an example of the transfer of fiscal power in the hinterland. The funantes were complaining since February 1885 that the Humbe robbed them and that Chaungo, who refused to pay taxes, had forbidden his subjects any contact with the fort and all whites, except those from the mission. They explained to the authorities that the 60 men garrison was too weak to protect them from armed assaults, and that only recently had Chaungo been forced to stop collecting a tribute that he traditionally imposed on traders. In June 1885, Nunes da Matta sent 120 African soldiers and auxiliaries to re-establish order but, the lieutenant in command, for reasons unknown, retreated and didn't force Chaungo to pay indemnity for damages.
The new fort commander, captain Pedro Moreira da Fonseca, was left all alone with his troop detachment during the summer. On October 31st, Chaungo took up arms, attacking trading posts and the fort, which resisted well though lacking ammunition. Chaungo requested assistance from the Kwanyama and Kwamato. The fear of a Humbe and Ovambo coalition lay in the horizon.
A sate of war was declared in Humbe on September 16th, wile captain Moreira da Fonseca entrenched behind the adobe walls of the fort. It was the peak of fever season which prostrated civilians and African soldiers alike. Seeing everything crumbling down around him, Clemente de Andrade captain of irregulars, merchant and builder of the fort, the man whom the authorities had named government-delegate of Humbe, decided to catch Chaungo with a light column. On November 10th, he set forth with around 34 native soldiers and 24 African auxiliaries to take Chaungo's embala (The tribal capital and chief's residence. A kraal). The Humbes observed the columns advance but, made no attempts to oppose it. The deserted village was pillaged and burned, wile the commander was unable to prevent the soldiery from getting drunk with macau, the local beer. On the way back the column was ambushed at Quiloba. The askaris who had only bad ammunition left, were literally pined to the ground by the Humbes assegai. It was the end. Of the 64 men in the column 52 were killed, including the commander. A search-party of traders and askaris found only stripped decapitated bodies lying about. It was the first time that the Portuguese lost that many troops in Southern Angola. In Huila, the reinforcements were being organised with despairing slowness. Governor Nunes da Matta, who fought with a chronicle shortage of manpower, was finally able to assemble a column of 93 African infantrymen, 38 Boers, 94 Herero and Bushmen and 150 Ovimbundo, totalling 420 men with two cannons and twenty wagons.
The column set out on December 4th. The Humbe attacked at Tchicusse and resistance became stronger as the column neared the fort, which was reached two weeks later. The proverbial burning of villages began. The lack of fire arms was badly felt among the insurgents, and they were finally defeated on open ground at Jamba on December 21st. Chaungo escaped, but it was military impossible to capture him with a column that withered away with sickness.
Even more serious was the abandonment of the column by the Boers and settlers who went home to rest. The hungry soldiers were left alone until March 1886 when a fresh detachment of 60 soldiers arrived from Huila with ammunitions. On March 13th the Portuguese, with 220 native soldiers and African auxiliaries, defeated the Humbes at Cafuntuca. This afforded an opportunity to take many prisoners and the most precious spoil of war in the south: 500 cattle heads. By May this inglorious and fruitless seven months "war" ended in human and financial breakdown.
In November 1886, around 400 Hottentots, unsurpassed cattle thieves which are believed to have followed the Boer treks, started to raid the Humbe, Gambos and Huila districts. The Portuguese authorities suspected that the British traders in Damaraland were arming them and buying the stolen cattle. In order to chase the mounted Hottentots, an irregular squadron was raised at the end of 1887 made of deportees and settlers.
From 1886 to 1890 the settlers continued their migration to the hinterland, which resulted in the usual attrition with the indigenous people. In the Gambos, the commander of the fort had too few soldiers to have any real authority. In fact it were three local traders, beneficiaries of the wealth of the region, kingmakers who exploited the rivalries between clans and then bought the cattle and workers from the winners, that trailing the guns and soldiers from the fort had the mission to control and pacify the road to Humbe.
The Second Revolt, 1891
Chaungo who had escaped in 1886, was finally captured in 1888. The new soba Tchioa elected by the Portuguese was much hated among the locals. He couldn't conjure up rain, and nothing could best demonstrate his illegitimacy, in a semi-arid herdsmen country cursed with a long drought. There was another claimant to the throne named Luhuna, who had the ability to make rain when ever he wanted, and after escaping several attempts made by the authorities to capture him, attacked Tchioa's embala on 5th of March 1891. Tchioa took refuge on the fort, who had only thirty rifles for its defence. After being elected soba by the Humbe, Luhuna submitted the rest of the region from March until May of 1891.
Although in 1891 the Portuguese had their cavalry squadron, many of the troopers didn't know how to ride. Given the task of organising a relief column, major Justiniano Padrel, the energetic commander of the 4th Caçadores* Battalion followed the district commander, captain Luna de Carvalho's advise and hired the services of a local mercenary chief named Tom, a Tswana, who rented his services at a lower price than the Boers (only half of the stolen cattle). This mercenaries of varied ethnic background (Herero, Bastardos, Bushmen, Berg-Damara, etc.), that roamed from the Gambos to the Kaokoveld (South West Africa), allied themselves to the highest bidder, which weren't necessarily the Portuguese authorities. But since they refused to follow orders from others than the Boers, Padrel was forced to request their help. For their services the Boers demanded double wages and the presence of a doctor.
*The Caçadores (hunters, chasseurs, jägers), are light native infantry troops. At this time they were organised in battalions but latter dissolved and re-organised by companies. The ç in Portuguese is read like ss, (cassadores, Rossadas, etc.).
On the 8th of May 1891, the expedition set out from the Gambos with 60 askaris, 60 Boers and mounted settlers, 20 Bastardos, 44 Berg-Damara, 30 Bushmen, 500 Himbas (Herrero) seven wagons a Krupp cannon and one machinegun. The column was attacked on the 14th at Tchipelongo but the auxiliaries repulsed the assailants. The Portuguese burned every village on the way, and reached the fort on the 16th. Defeated by the Portuguese artillery on the 20th and 25th of May, Luhuna had no choice but to escape south to Donguena (33 miles south of Humbe), inhabited by a particularly aggressive branch of Humbe. Padrel went in his pursuit and after five days in Donguena, had inflicted 200 casualties and captured over 3000 cattle heads. The Humbe, in panic sued for peace but the warring faction had crossed the Cunene river into Kwamato. Between the 20th and 25th of June, Padrel, then turned to the north-east regions to force the remaining Humbe to submit, taking women and children to the fort to be ransomed for cattle. But Luhuna was still at large, so Padrel decided to advance against his allies the unsubmitted Kwamato.
To engage the first Portuguese-Ovambo war, without the prior consent of the district governor, was a serious decision. The Kwamatos, because of their modern rifles, were feared by all, including their more numerous neighbours the Kwanyama. Padrel received the support of 3500 Kwanyama auxiliaries sent by King Weyulu which arrived at the fort on July 9. By now he had 4600 men under his command. With two guns, and commanding the most important expedition mounted in Southern Angola till this date, the self confident Padrel forded the Cunene at Pembe. Without delay, he marched on Big Kwamato, soba Iquera's embala, were Luhuna had taken refuge. Then, suddenly everything fell apart. The region is a vast plane pocked with bush woods that offer good protection for shooters. Commanded by Iquera's son, the Kwamatos and their allies, concentrated around Padrel's men, and on the night of the 12th to the 13th fell upon the Portuguese camp at Dombeafungue with around 10 000(?) men. The battle raged for nine hours. The Portuguese claimed 200 Kwamato casualties against seven wounded and two dead Kwanyama on their side. But the Krupp had been disabled with a broken axis. On the 13th, 2500 Kwanyama left the column. Of the other African auxiliaries only the Himba showed any intention of staying until the end.
Without the possibility of being reinforced, all officers agreed that the column should retreat or face annihilation. First simulating an advance, the column retreated in good order and under fire for seven hours. The askaris had to charge twice before they could all reach the Cunene river by 3 p.m. of the 13th. Padrel had lost 11 dead and 31 wounded, many by cold-steel. The column had been saved by Padrel's and his staff's sang-froid. At Dombeafungue the Portuguese had to face an Ovambo coalition that in spite having heavy losses (around 800 casualties), did no sue for peace and was prepared to resist.
With most of Luhuna's chiefs captured the war was over. It had lasted five months. Of the 6632 captured cattle heads half was divided among the volunteers and half went to the Crown. Padrel left Humbe on the 1st of August 1891.
But the south still belonged to the ones who could raid it or had enough firepower to cross the vast wild hinterland, such as the Hottentot and the Boers or the British and Scandinavian hunters who sold huge quantities of arms and ammunition to the Kwanyama. For a month, from the 4th of January until the 5th of February 1893, a group of Boers and 9 Portuguese cavalrymen had to chase another Hottentot raid, killing thirty and retrieving 500 cattle and 6 horses.
The Third Humbe Revolt, 1897-1898
In 1897 the Humbe rebelled for the third time in twelve years. It was the most complex revolt of all. Its origins lay in a serious epidemic outbreak of bovine plague. The disease started in East Africa (1892-1893), and crossed the continent. It must have been one reason of the Matabele and Mashona revolts of 1896. The German authorities of Southwest Africa vaccinated all settlers cattle but cruelly left the Herero cattle to die. The Portuguese warned of what was happening south of the Cunene, forbade all cattle trade and ordered a massive vaccination. In order to protect the vaccination brigade sent to Humbe from probable Hottentot raids, colonel Artur de Paiva, a veteran of many campaigns in Central Angola, requested the presence of the Mossamedes Dragoons Company (European) that had replaced the Irregular Squadron. On the 22nd of October 1897, 151 men commanded by four officers arrived in Humbe. Most of them arrived on foot due to the horse sickness which had killed almost all their mounts. They were greeted by an apocalyptic sight. Everywhere was the stench of death, rotting carcasses and pestilent pyres. It became almost impossible to supply the troopers, so on November 26th the squadron was ordered to retreat from Humbe. Lacking supplies and with a great number of sick, the squadron started to move by platoons. On December 6, the 4th platoon under sergeant-major Silveira was the first to leave, followed next day by the 2nd and 3rd platoons under captain Baltazar de Brito and, on the 11th, the 1st platoon, made up of sick and convalescents with only two mules and a horse, under the command of lieutenant João Carlos de Saldanha, Earl of Almoster. The Humbe were by now refusing to vaccinate their cattle, spurred by the witchdoctors, they accused the Portuguese of administering bad medicine and using the sickness as an excuse for sending troops to fight them. In a short time the herds had melted like ice under the sun.
When the 1st platoon camped at Tchituba by dawn of the 12th of December 1897, the locals were already upset by the depredations made by the preceding units. Two soldiers and a bearer sent to a nearby village mistreated and killed a Humbe woman who refused to sell them supplies, and were closely chased to the Portuguese camp by a great number of screaming warriors (possibly a thousand), that had gathered for a funeral. Surprised by this sudden appearance, the dragoons put up a disorganised defence wile the bearers ran for their lives. Outnumbered and under fire from an enemy hidden in the bush, the Earl of Almoster ordered to resume the advance. At 2 p.m., after marching for six miles under fire, and with a growing number of wounded, the dragoons formed a small square and fired their last ammunitions. The Humbes continued to fire and, when there were only four dragoons and the wounded Earl of Almoster standing, finally closed in for the kill. All had ended, 14 troopers were dead and mutilated, seven were missing and eight escaped wounded. The heart of sergeant-major Pio was taken to be given to the Humbe children so that they could become as brave as the dragoons. The commander of the dragoons, with several days advance and blindly following orders, didn't even turn back to bury the bodies. This task fell upon a local farmer, José Lopes, and his servants, who found the remnants of the doomed column the next day.
The Humbe had revolted and on December 15th the fort was once again under siege. But this time many of the Humbi leaders weren't very keen in having the army on their lands, when they were loosing cattle by the thousands. The fort, defended by second-lieutenant José Felix with less than 40 native soldiers, was attacked during the night on the 18th, 19th, 20th and 24th of January 1898, which resulted in 1 dead and 5 wounded.
On the 25th of January 1898, colonel Artur de Paiva finally set out from the plateau with the relief force. The column had 16 officers, 30 artillerymen from Luanda, 120 dragoons, 280 askaris, 40 Boers, 100 volunteer settlers, 650 Bushmen and Himba (under the mercenary chief Oorlog), totalling 1252 men, with 5 artillery pieces, 50 wagons and 873 bearers. This time Artur de Paiva could count with around 300 white fightingmen to "punish the rebellious gentile".
The rainy season was at its peak and the trail was impassable. Under this murderous weather the men became ill, the wagons bogged down and the fording of rivers a nightmare. When they entered the Humbe district on February the 14th, the column stretched for 1,5 miles. On the morning of 16th, the square, cloaked by the smoke of burning libatas, reached Munyande were a loyal soba and his people joined the rest. In the distance, the savage beating of drums and war cries, sounded tragically desperate. At 11 a.m. a group of African auxiliaries was greeted with rifle fire, which increased rapidly. The cavalry was divided into three groups and the auxiliaries on foot chased the assailants for 6 miles. The Humbe lost 116 dead and a great number of wounded. Wile many others drowned when they tried to cross the swollen Caculovar river. On the 18th the Humbe attempted to ambush the column, but were thwarted by the quick response of the avant-garde, loosing a considerable number of men in the process. From then on, the Humbe were unable to stop this road-roller, that advanced under a punishing rain, at a speed of 3 miles a day. On the 23rd February 1898, the column finally entered the fort, after a month long hard march. The Humbe resistance had almost disappeared. After several months of small actions, which resulted in the capture of many prisoners and, 1500 ox and 2000 sheep taken, the operations ceased on the 20th of June 1898. The troops were in a miserable state. After a seven month long campaign, the column lost 8 killed, 23 wounded and 4 missing in action, and of the 96 who died of disease, 74 were white. The Humbe lost around 800 people and several hundred prisoners with almost all villages burned down. They would never become a serious threat again. Colonel Artur de Paiva would die in 1900, at sea, victim of the fever contracted during this campaign.
The Ovambo Resistance
Beyond the Cunene
The southern frontier was as liquid as water. On February 1902, the Kwamatos started to raid the Humbes. Therefor the fort reinforced its garrison to company size. On the 17th of February 1902 this troops with auxiliaries and aided by the Humbes, inflicted heavy losses on the invaders (up to one hundred dead). At the end of 1903, the Huila district had two askari companies, one mixed company, one dragoon troop and one artillery section, in all 38 horses and mules and 263 rifles. They could also request the services of 200 Boers and settlers willing to fight. This meagre forces faced a population of 250 000 natives!
With the Germans pressing in the south, the Portuguese decided to prevent a possible invasion of northern Kwanyama by their neighbours. For the first time in Southern Angola, the Portuguese, raising a modern army from metropolitan cadre - 40 officers, 467 European soldiers (91 artillerymen, 105 cavalrymen, disciplinary soldiers, sappers, medical and transportation personnel and 10 naval machinegunners), and 613 askaris, totalling 1160 soldiers, aided by 11 European auxiliaries, 420 Oorlogs's African mercenaries and 500 Humbes - would go on the offensive. The governor of Huila and expedition leader, a simple engineers captain with the prerogatives of a general was ill suited for command. His officers were all but incompetent fools (with some exceptions), looking for promotion and medals in the war against "the blacks".
The Ovambo expected and were prepared for war. Father Lecomte, a French missionary advised the Portuguese to attack the Kwanyama from the north through Evale, avoiding the Kwamatos. In his opinion the Kwamato and Vale were dreaded foes. They were brave and intelligent warriors, not like the Kwanyama that preyed on the weak with their surprise attacks.
Because the governor's report was never published, one can only speculate why he decided to attack through Kwamato territory.
The Massacre, 25th of September 1904
The Portuguese forded the Cunene river at Pembe (the same of 1891), on September 19th. The Kwamatos were waiting. From the 20th to the 24th there were some minor firefights. Then the Kwamatos tried to paralyse the column, that was still on the Cunene riverbank, by killing the ox and horses. To free the stranded square, governor Aguiar sent captain Pinto de Almeida, on the 25th of September, with a strong detachment of troops who's numbers were enough to conquer the Ovambo kingdoms: Two artillery pieces (old mountain-guns), two dragoon platoons and six infantry platoons, totalling 255 Europeans and 244 African soldiers, aided by many armed auxiliaries. A guide led the troops to a clearing were the Kwanyama hidden among the trees started to fire at the officers and then closed in. The cavalry charged, but the terrain was ill suited for them and many mounts were thus lost. Then the artillery stopped firing. At Umpungo the Portuguese had fallen into the favourite Kwanyama trap, who fired devastating volleys from their modern rifles - bought from the white hunters and traders - at a distance of 100 meters. Against such a concentration of firepower, unusual in the dark continent and specially in Angola, the Portuguese discipline crumbled as ammunition ran low. The bugle sounded the retreat but, it was too late. The auxiliaries had routed before the Kwamatos charged for hand-to-hand combat, brandishing their maces and assegai. Aguiar who stayed in camp 2 miles behind did not move in support of the surrounded square. His ineptitude was such that, when he finally decided to send infantry with ammunition, the supporting artillery fired upon the retreating survivors that emerged out of the bush. Killing three officers and 22 soldiers. In the clearing, the remaining soldiers were all slaughtered.
The casualties list is staggering. In less than two hours, the Portuguese had lost 250 dead and missing. Aguiar decided to ford the Cunene that same day, leaving behind the unburied bodies, two guns, two ammunition wagons and hundreds of rifles. It was a sad affair. Blamed for the disaster, governor Aguiar was dismissed. The military garrisons on the plateau were reinforced fearing an Ovambo offensive. Nothing happened. Luckily, the Kwamatos were unable to establish an Ovambo coalition, losing a superb opportunity to exploit their victory.
Preparing the Revenge
The Portuguese government soon made plans to beat the Ovambo. From a report made in July 1905 by a Portuguese officer who travelled beyond the Cunene to gather information, the Ovambo could call up to 18 000 men armed with 8000 rifles. The new governor of Huila, captain Alves Roçadas decided to prepare the terrain for future expeditions. In June, Hangalo, the despotic ruler of Mulondo, refused to let the Portuguese build a fort on his territory. He had been spared by previous expeditions to Humbe. On the 25th of October, his fortified embala was bombarded and taken. His 1000 men army was defeated and his head was cut-off as a warning to others. From 1905 until 1906, Roçadas, in a series of operations, cleared the plateau and Humbe of all potential threats to his rear and established a fort in Kwamatwi territory (Fort Roçadas), on the other side of the Cunene river, in front of Humbe. One of the prises of this campaign was the capture of the long time fugitive Luhuna.
The Kwamato Campaign, 1907
In 1907, modern warfare reached Angola with its thousands of European infantrymen, trenches, water-carts, a Decauville railroad, a gunboat and... a war correspondent. The great metropolitan expedition arrived at the end of June 1907: 87 officers, 1306 European troops, 906 African troops, 115 auxiliaries, 57 civilians, and 24 deportees. The number of auxiliaries was very small compared to the previous campaigns: 14 Portuguese and 18 Boer horsemen with 83 African auxiliaries. It would take two months to concentrate the troops at Fort Roçadas.
Captain Roçadas organised everything, leaving nothing to chance. He gathered 10 artillery pieces, four machineguns and 1602 rifles, plus 44 wagons and empty bags to be filled with sand as needed.
HQ:
Commander, Captain Alves Roçadas
Chief-of-staff, Captain Eduardo Marques
Staff, 7 officers and 12 men.
Sappers: 1 officer, 2 sergeants, 20 sappers and 40 native auxiliaries.
Artillery:
1 batt. 4 Ehrhardt pieces, 3 officers, 52 men and 19 mules.1 batt. 4 Canet (old model) pieces, 3 officers, 50 men, 20 mules.
1 section 2 Krupp Mountain Guns, 1 officer, 18 men, 8 oxen.1 batt. 4 Nordenfeld machineguns, 2 officers, 18 men, 8 oxen.
Cavalry: Commander, Capt. Montez
1st Dragoon sqd. (carbines), 4 officers, 1 veterinary, 93 men and 17 African auxiliaries.
Mounts: 100 mules.
2nd Dragoon sqd. (lancers), 4 officers, 1 veterinary, 110 men and 30 African auxiliaries.
Mounts: 95 horses and 21 mules.Infantry:
2nd Naval Company, 4 officers and 168 men.12th Infantry Company, 5 officers and 220 men.
Disciplinary Company of Angola, 5 officers and 147 men.
1st European Company of Angola, 5 officers and 175 men.
2nd European Company of Angola, 5 officers and 124 men.
10th Mozambique Company (Askaris), 5 officers and 200 men.
14th Native Company of Angola, 6 officers and 176 men.
15th Native Company of Angola, 6 officers and 158 men.
16th Native Company of Angola, 6 officers and 177 men.
Auxiliaries: Commander, Lieutenant Teixeira Pinto
14 Portuguese, 18 Boers and 83 Oorlog's mercenaries.
Train & Ambulance: 67 wagons and 40 men.
For this campaign the Portuguese had a trump card named Calipalula (or Caripalula). He was of royal blood and had been badly treated and expelled from Big Kwamato, barely escaping alive. Treated by the Portuguese in Humbe, he was persuaded to guide the expedition into Kwamato territory, and reveal the location of the badly needed water wells (cacimbas).
On the Kwamato side the much feared "Ovambo League" had partially been established. The Kwanyama sent 12 lengas (4000 men), under the command of Makir, one of their best chiefs. The Kwambi, Ongandjera and Ombalanto also sent warriors. But the Vale, the Kwaluthi, and the numerous Ondonga were not present. The Hinga (Humbes from beyond-Cunene), came to support their neighbours, but the Humbes from the Portuguese side of the border limited themselves to providing information about the troops. Their numbers were between 15 to 20 thousand warriors, 7000 of them armed with Snyder, Martini-Henry, Kropathschek, and Mauser rifles. The Portuguese arrogantly hoped to triumph with just 2300 men where, the Germans with five times as much troops wouldn't dare to go.
After repairing the bridge over the Cunene river, damaged by floods; opening a trail two miles long through the bush and a small firefight by the reconnaissance detail; The troops began their offensive march, in double column, at 5 a.m. on the 26th of August 1907. The column adopted the classic disposition of colonial campaigns, with the train and baggage in the middle, and the regular troops positioned so that they could easily form a defensive square. The objective was to take the royal embala of Maghogo of chief Sihetekela, soba of Little Kwamato, followed by an invasion of soba Oikhula's Big Kwamato and the occupation of the entire region with army posts. The Kwamato was divided in two separate kingdoms, each with its own soba. The more numerous, but less warlike and worst equipped, was Big Kwamato. The less numerous but much more heavily armed and aggressive, was Little Kwamato. It was the latter that took the brunt of the offensive. The Ovambo Armageddon had begun. The march followed without incidents during the first day, and at night the bivouacked square eared the loud address of the Kwamatos challenges and menaces, all around. By dawn, the column, guided by Caripalula, started to advance towards the Aucongo water wells. After a wile, at around 9 a.m., bands of warriors were sighted in the distance by the scouts, moving to envelop the square. When the troops reached a large clearing named Mufilo they stopped. The Kwamatos suddenly broke fire, attacking the train that was still moving into the inside of the square. During a full hour, the cavalry and native infantry escort defended the advance until it reached the centre in good order. By now a savage fire had enveloped the Portuguese positions with a choking grip. The platoons and artillery responded with regular and steady volleys.
The invisible foe, who had a respectful arsenal and no lack of ammunition, continued its deadly fire at a distance of 150-300 meters. The air was criss-crossed by numerous hissing rounds, and the list of wounded started to grow. The commander's aide-de-champ was struck on the neck; the commander of the 14th Native Infantry company, with one arm pierced, continued to give orders; Some have their slouch hats holed, and the chief-of-staff's horse was killed by a bullet. Trying to loosen the grip, commander Roçadas, orders the right face under captain Patacho, followed by the rear under captain Ribeiro, a bayonet charge into the bush wood. At the same time, the cavalry walked at the trot and then charged carrying every thing in front for a mile, wile on the left the Naval and Disciplinary companies, advancing by platoons, cleared the bush. But the enemy did not retreat, and returned to their previous positions after the infantry and cavalry charges. In the meantime, the first line of troops was ordered to fill the sand bags, wile the artillery and second line maintained fire. After four intensive hours, the fire started to die down. Small pockets of resistance were still active, so the 2nd cavalry squadron charged once again. Suddenly, finding themselves surrounded, they opened their way through the enemy with a brilliant charge at lance point. After a 2 hours struggle, under the day's declining beam, the squadron returned to the square in good order, with bugles playing the War March and carrying their wounded. A jubilous cry exploded from the square, as every soldier jumped and waved their hats, forgetting the still observing Kwamatos. As night fell, only the sound of isolated shots and the wounded groans, could be eared. The Portuguese lost 12 European, 2 African soldiers and an officer dead, and 55 wounded. The 1904 disaster had been avenged. The Portuguese had regained their self confidence and buried the myth of Kwamato invincibility. Badly mauled during the battle, the Kwanyama contingent left for home.
The following day, the column reached Aucongo, were a fortified position was established. Unfortunately the wells were almost empty, and the water reserves had to be used. On the 29th a cavalry detachment sent to water the cattle at a nearby lagoon was attacked but escaped with minor casualties. On the 30th, with water running low, all the wagons, with a strong escort, were sent to the rear carrying the sick and wounded, and to bring supplies. Somehow it was never attacked, and on the 1st of September was back at Aucongo. On the 2nd of September, the camp suffered a furious attack by the assegai experts, the Kwambi. The air was filled with the roar of thousands of voices crying "Ta-tweh, ta-tweh, Kwambi!" (Charge, charge, Kwambi!). Seeing the enemy gathering in the bush around the camp, Roçadas decided to take the offensive. Leaving a company to defend the unfinished fortified post, he ordered a second heavily escorted train to head for Fort Roçadas with the sick and wounded, wile he and the rest of the square advanced upon Macuvi, diverting the enemies attention from the train with this double movement.
The artillery fired a few shots, wile the sappers, protected by a detachment of hand picked Naval Infantry sharpshooters, set fire to the nearby huts. After the train had left, the square began to retreat to the post by echelons. The Kwamatos tried to cut-off the retreat by occupying the bush behind the troops, positioning themselves between the square and the unfinished post. A furious combat ensued. The sailors and the infantrymen of the 12th European company, aided by machineguns, kept their cool, retreating slowly under fire. The artillery almost lost their mules but kept firing at the occasional targets. The combat lasted three hours at the cost of 6 dead and 30 wounded. At Aucongo, from the 29th of August until the 4th of September the Portuguese lost a total of 13 dead and 34 wounded. On the 7th the train was back.
With the Aucongo army post completed, a strong garrison is posted, wile on the 11th the rest of the column heads for Tchamuinde's water wells, were water was good and plentiful. The advance was accompanied by the Kwamatos sporadic shots, and the permanent war chants in the distance. On the 13th the march was resumed to occupy Damekero and then move to Aluendo and its water wells. The advance was made under violent fire from the Kwamatos who, hiding in the bush and behind termite mounds, had enveloped the square. Wile the sappers and auxiliaries opened a trail, the infantry fired regular volleys. On the right face of the square, the 1st European and the 10th Mozambique companies cleared the bush with the bayonet, as the East Africans chanted their war cry. When the huts of Damekero were sighted, the artillery poured a few rounds and in a short time the village was assaulted and cleared by the Naval and 12th European companies. The square halted and entrenched with sand bags, wile the cavalry cleared the terrain around the position. The Kwamatos finally retreated after four hours of fighting, showing a resilience and a will to triumph that would only be broken by the following operations. The Portuguese suffered 24 casualties, including 8 dead.
A fortified post was established, with a garrison, and another train left for supplies which returned with a 400 contingent of Humbi auxiliaries. Caripaluli and the Portuguese settler, José Lopes, tried to parliament with the Kwamatos, but were welcomed with rifle fire. On the dawn of the 20th the troops resumed the advance towards Aluendo. The column was lightly fired upon. When the square bivouacked at Mupala, another firefight broke out. For several hours, wile the troops entrenched, the Kwamatos, as usual hiding behind termite mounds and in the bush, maintained a constant fire, inflicting 22 casualties, including 4 dead on the Portuguese.
The next day the Inyoca water wells were taken with the bayonet by the 12th and Naval companies. Here the troops and cattle were able to kill the thirst and rest under the shade of large trees. 11 kilometres to the south, Maghogo was set on fire by the panicked population. On the 22nd, the Portuguese reached the fortified embala. Ignoring that Sihetekela had abandoned the place with a small number of warriors, the artillery bombarded the village, followed by a bayonet assault of the infantry, which took it without resistance. As the heavy rains of the season began to fall, the troops occupied the kraal and began to build the fort of Don Luis de Bragança. The flag was raised on the 28th of September 1907. In a month long operation the Portuguese had suffered 42 dead and 125 wounded. The Kwamato casualties were unknown, since non had surrendered or been taken prisoner.
After resting and re-supplying for several days, the square began to move on Big Kwamato, on the morning of the 4th of October 1907, with a force of 1284 men. As the troops advanced towards soba Oikhula's royal embala of Nalueke, they began to receive rifle fire from the defenders. At 10 a.m. when the square reached a dense bush wood near the embala, the fire suddenly stopped. The square halted as the artillery fired over the palisade, the train moved between the front and rear faces wile the sides moved forward occupying the flanks of the line. The troops started to advance with a steady pace, but soon after all the line charged enthusiastically the battlements. Not a living soul was found inside or around the place. Oikhula, drunk and refusing to leave, escaped . Big Kwamato had crumbled in just one day. The spoils of the 1904 massacre, including two cannons, were recovered and sent to the rear During the 11 kilometres long march and the 2 hours firefight, the column suffered another 3 dead and 11 wounded. The ten actions of this campaign had cost the Portuguese a total of 205 men: 5 officers, 53 European and 8 African dead; and 5 officers, 91 European and 43 African wounded. Of the metropolitan contingent, 346 men were sick.
Caripalula, was named soba in recognition for his services, but was not accepted by his people. He tried to commit suicide with a gunshot to the head but failed. A new soba, Cabungo Popiene, was then elected by the elders. On the 11th, the fever stricken column left for the rear. On the 19th of October 1907, the troops finally reached the home base. The war had ended after two month of fighting.
During 1908, the remaining Kwamatos under Sihetekela resorted to guerrilla warfare. From then on, the Portuguese advanced to the South West African border and resumed the occupation of the East. The last Ovambo kingdom, the Kwanyama, would resist until 1916.
Bibliography
História das Campanhas de Angola, Pélissier, René, (Estampa 1986)
A Campanha do Cuamato, Velloso de Castro, (Loanda 1908)
Roçadas na ocupação do Sul de Angola, Almeida Teixeira, (Lisboa 1935)
Campanha do Humbe 1897-98, Luiz de Pina Guimarães, (Lisboa 1938)
Os auxiliares na ocupação do Sul de Angola, Gastão Sousa Dias, (Lisboa 1943)
[Copiado de The King's Carabine]

Cronologia: O regime republicano de 1910 a 1915

1910
Outubro, 5 - Instauração do regime republicano. O Exército, sobretudo o seu corpo de oficiais, não participou, de facto, nem a favor nem contra a insurreição. É organizado um governo provisório presidido por Teófilo Braga.Outubro, 6 - Proclamação da República no Porto.
Outubro, 8 - São promulgados os decretos que expulsam os Jesuítas e encerram os conventos, tanto os masculinos como os femininos.
Outubro, 9 - Os presos pertencentes a associações secretas são libertados. O objectivo é libertar os membros da Carbonária, a organização bombista republicana.
Outubro, 10 - As perseguições religiosas, durante a primeira semana de governo republicano, fazem com que nas prisões de Lisboa estejam encarcerados 128 padres e 233 freiras, tendo sido assassinados dois padres lazaristas.
- As perseguições políticas em Lisboa produzem a destruição dos jornais Liberal, do partido progressista, e Portugal, católico.
- José Relvas é nomeado ministro da fazenda, devido à recusa de Basílio Teles em tomar posse.
Outubro, 12 - É criada a Guarda Nacional Republicana, novo nome dada às Guardas Municipais de Lisboa e Porto. A criação da Guarda tinha como objectivo retirar ao exército, encarado como a Nação em Armas, a função de defesa do regime, e de manutenção da ordem pública. Esta divisão de tarefas nunca existiu na prática.
Outubro, 14 - A família real chega a Inglaterra, após passagem por Gibraltar.
- O jornal a República Portugueza começa a circular, defendendo a instauração de uma ditadura revolucionária, contra os provisórios - membros do grupo que domina o governo provisório - e os adesivos - os convertidos ao regime considerados oportunistas. Os seus criadores são antigos cabecilhas da greve académica republicana de 1907, e entre eles conta-se Alfredo Pimenta, Francisco Pulido Valente, Manuel Bravo e Tomás da Fonseca.
Outubro, 17 - Criação de uma comissão para estudar a reorganização do exército. Irá tentar-se criar um exército miliciano, mas de facto o núcleo profissional irá manter-se inalterável. A Policia Civil de Lisboa adopta o nome de Policia Cívica.
- Na Universidade de Coimbra a Sala dos Capelos é destruída, e os retratos dos reis D. Carlos e D. Manuel baleados, no decurso de uma manifestação contra os professores monárquicos e a universidade fradesca.
Outubro, 18 - O ensino da doutrina cristã é abolido, assim como o juramento religioso em actos oficiais. Os títulos nobiliárquicos são abolidos.
Outubro, 19 - Manuel de Arriaga é nomeado reitor da Universidade de Coimbra..Outubro, 20 - O Núncio Apostólico abandona Lisboa.
Outubro, 21 - O bispo de Beja é suspenso das suas actividades apostólicas, devido ao abandono da sede episcopal, o que tinha acontecido por ter sido ameaçado de morte. Será destituído em 18 de Abril de 1911.
Outubro, 22 - O Brasil e a Argentina são os primeiros países a reconhecer oficialmente a República Portuguesa. O ensino da doutrina cristã é proibida no ensino primário.
Outubro, 23 - O foro académico é abolido, assim como a obrigatoriedade do uso de capa e batina.
Outubro, 26 - Os dias santificados são abolidos, com a excepção do Domingo, passando a ser considerados dias de trabalho.
Outubro, 27 - Aparecimento do Correio da Manhã, organizado por jornalistas franquistas e que se assumem «representantes das classes conservadoras».
Novembro, 3 - É promulgada a lei do divórcio.
Novembro, 10 - A Grã-Bretanha reconhece de facto a República portuguesa, quando desembarca em Lisboa o novo embaixador.
Novembro, 11 - Continuando as perseguições por motivos religiosos, Afonso Costa propõe a divulgação dos nomes e das biografias dos jesuítas que viviam em Portugal.
Novembro, 12 - Surge o jornal O Intransigente, o órgão dos verdadeiros carbonários, dirigido por Machado Santos.
Novembro, 15 - Greve dos trabalhadores da Carris, que deu início a uma vaga grevista.
Novembro, 22 - Brito Camacho é nomeado ministro do Fomento, nova denominação para o ministério das Obras Públicas, substituindo António Luís Gomes.
Dezembro, 1 - A Bandeira Nacional republicana é inaugurada.
Dezembro, 6 - O direito à greve e ao lock-out é severamente restringido, por um decreto que ficará conhecido pelo decreto burla.
Dezembro, 25 - É instituído o casamento civil, e promulgada uma «Lei da Família».
Dezembro, 31 - As associações religiosas são reguladas, proibindo-se o exercício do ensino e a utilização pública de hábitos talares aos seus membros.
1911
Janeiro, 6 - António José de Almeida apresenta um projecto de regulamentação do horário de trabalho, que não é aprovado pelo conselho de ministros, ameaçando demitir-se. O projecto visa dar resposta à principal revindicação dos movimentos grevistas.
Janeiro, 7 - Greve geral dos ferroviários, que termina o movimento grevista iniciado em 15 de Novembro de 1910. A resposta da GNR aos piquetes e manifestações sindicais é normalmente violenta.
Janeiro, 8 - Continuação das perseguições políticas com assalto às redacções dos jornais monárquicos de Lisboa, Correio da Manhã, O Liberal e Diário Ilustrado.
Janeiro, 10 - Regulamentação do descanso semanal obrigatório ao Domingo.
Janeiro, 11 - António José de Almeida aparece na Assembleia Geral dos Caixeiros, no Ateneu, e informa que se tenciona demitir devido à oposição de Afonso Costa e Brito Camacho ao seu projecto. Organiza-se uma manifestação que, dirigindo-se para o Terreiro do Paço, exige a sua permanência no governo. Teófilo Braga, o presidente do governo provisório, aceita, «em face da atitude do povo».
Janeiro, 15 - Começa a ser publicado o jornal República, dirigido por António José de Almeida.
- A Carbonária manifesta-se em Lisboa contra o movimento grevista, fazendo desfilar os chamados batalhões de voluntários da República.
Janeiro, 21 - O culto católico é proibido na capela da Universidade de Coimbra.
Fevereiro, 1 - Continuação da repressão política, com a destruição do Centro Académico de Democracia Cristã.
Fevereiro, 15 - É criada uma comissão para estudo da reforma da ortografia.
- João Chagas demite-se da junta consultiva do partido republicano, devido à nomeação de José Relvas e Brito Camacho para o Governo provisório.
Fevereiro, 17 - Continuam as perseguições políticas, com ameaças a Sampaio Bruno, que o levou a susper a publicação do Diário da Tarde, jornal que tinha fundado no Porto, e começado a sua publicação em 2 de Janeiro. Sampaio Bruno partiu para o exílio em Paris, depois de ter sido ameaçado pelo novo governador civil republicano do Porto.
Fevereiro, 18 - É instituído o Registo Civil obrigatório, com encerramento dos registos paroquiais.
Fevereiro, 23 - Numa pastoral colectiva, divulgado sem pedido prévio de autorização ao governo, os bispos portugueses tomam posição contra as medidas de laicização tomadas pelo governo até ao momento.
- Continuam as perseguições políticas, com confrontos, no Porto, entre republicanos e católicos, membros do Centro Católico e da Associação Católica.
Março, 2 - Lei do recrutamento. Instaura teoricamente, mas não de facto, o recrutamento universal. O sistema oficial das remissões - pagamento de um substituto - acaba, mas é substituído pelo sistema - corrupto - de pagamento para se ficar «não apto».
Março, 3 a 7 - Conflito entre Afonso Costa, que enquanto ministro da Justiça estava encarregado de supervisionar os Cultos, e os bispos devido à pastoral de 23 de Fevereiro, que o ministro queria ter censurado previamente, afirmando que negava o beneplácito do governo, o antigo beneplácito régio, vindo do século XIV.
Março, 14 - Promulgação da Lei eleitoral. O sufrágio universal, uma das principais bandeiras do partido republicano, não é estabelecido.
Março, 22 - São criadas as Universidades de Lisboa e do Porto, e criada uma Faculdade de Letras na Universidade de Coimbra, em substituição da Faculdade de Teologia, extinta.
Março, 29 - Reorganização do ensino primário, criando-se o ensino oficial infantil, novo nível de ensino que de facto não é posto em prática.
Abril, 20 - É promulgada a Lei de Separação entre o Estado e a Igreja. Os bens da igreja são nacionalizados e o culto supervisionado. O Vaticano cortou relações com Portugal devido a esta lei.
3 de Maio - Publicação do Decreto de organização da Guarda Nacional Republicana. Rapidamente começará a intervir na vida política.
22 de Maio - Institucionalização do Escudo como moeda oficial, em substituição do real. Não se trata de uma reforma monetária mas sim de uma alteração do processo de conta.
25 de Maio - Decreto de reorganização do Exército. Previa a existência de 8 divisões e 1 brigada de cavalaria, com um quadro permanente de 1.773 oficiais e 9.926 praças. O serviço militar devia ser geral e obrigatório. Os mancebos passavam por uma escola de recruta, de 15 a 30 semanas, sendo chamados quase todos os anos (7 em 10) para as escolas de repetição, que duravam 2 semanas. Criavam-se também escolas de quadros, que formariam os futuros oficiais milicianos.
28 de Maio - Realizam-se as eleições para a Assembleia Nacional Constituinte.
19 de Junho - Abertura da Assembleia Constituinte, composta de 229 membros. Sanciona a implantação da República e a abolição da Monarquia. Estabelece as cores e o desenho da Bandeira Nacional e adopta a Portuguesa, de Alfredo Keil, como Hino Nacional
- Os Estados Unidos da América reconhecem a República Portuguesa, sendo a primeira potência com algum significado a fazê-lo.
21 de Agosto - Promulgação da Constituição da República.
24 de Agosto - Eleição do Presidente da República. O escolhido, pelo colégio eleitoral formado pelas duas câmaras da Assembleia, é Manuel de Arriaga, que exercerá o cargo até Janeiro de 1915.
- A França reconhece a República portuguesa, sendo o primeiro país europeu a fazê-lo
25 de Agosto - A Constituição entra em vigor.
3 de Setembro - Nomeação do primeiro Governo Constitucional da República, dirigido por João Chagas, mas com a oposição do grupo liderado por Afonso Costa.
11 de Setembro - Reconhecimento conjunto da República portuguesa pelas grandes potências europeias, todas monárquicas: Grã-Bretanha, Espanha, Alemanha, Itália e Áustria-Hungria.
12 de Setembro - A reforma ortográfica é instituída.
21 de Setembro - O Partido Republicano Português cinde-se em quatro tendências: democráticos ou radicais, dirigidos por Afonso Costa, unionistas, dirigidos por Brito Camacho, evolucionistas, de António José de Almeida e independentes.
5 de Outubro - Primeira incursão monárquica, comandada por Paiva Couceiro, em Trás-os-Montes. O ministro da guerra, general Pimenta de Castro, será exonerado dia 8 de Outubro seguinte, devido a divergências com João Chagas, presidente do Conselho de Ministros. Será substituído pelo major Alberto da Silveira.
20 de Outubro - António José de Almeida, ministro do interior, é vaiado no Rossio, abandonando o Partido Republicano.
27 a 30 de Outubro - Congresso do Partido Republicano Português. A direcção eleita é da confiança de Afonso Costa. A partir do Congresso passará a ser conhecido por Partido Democrático.
4 de Novembro - O governo de Angola pede auxílio a Lisboa para pôr cobro à rebelião instalada no planalto de Benguela, assim como no Bié, Lunda e Norte do Cassai.
13 de Novembro - Nomeação do segundo governo da República, dirigido por Augusto de Vasconcelos. Sobreviverá até 16 de Junho de 1912.
Dezembro - Realiza-se o recenseamento da população portuguesa. A população ascendia a 5.950.056 habitantes. 80% trabalhava na agricultura e 75% era analfabeta.
1912
14 de Janeiro - A perseguição anti-clerical continua, com a proibição dos bispos de Coimbra e Viseu residirem no distritos das suas dioceses.
28 a 30 de Janeiro - Greve geral em Lisboa de apoio aos trabalhadores do Alentejo. A resposta do governo levou ao encerramento de todas as sedes sindicais, declaração do estado de sítio e suspensão de todas as garantias constitucionais no distrito de Lisboa.
31 de Janeiro - Forças militares e da carbonária tomam de assalto a União dos Sindicatos. Os presos são enviados para bordo da fragata D. Fernando e do transporte Pêro de Alenquer.
7 de Fevereiro - O governo britânico desmente os boatos, postos a circular pelo embaixador português Teixeira Gomes, que davam como certo um acordo entre o Reino Unido e a Alemanha para divisão das colónias portuguesas de África.
24 de Fevereiro - António José de Almeida funda o Partido Evolucionista.
26 de Fevereiro - Brito Camacho funda o partido unionista - Partido União Republicana.
5 de Março - António José de Almeida apresenta um projecto de amnistia, que englobaria os monárquicos presos por atentarem contra o regime republicano. A proposta serviu de apresentação do partido evolucionista, e foi recusada.
15 de Abril - O Presidente do Ministério e ministro dos negócios estrangeiros, Augusto de Vasconcelos, garantiu na Câmara dos Deputados não existir nenhum tratado entre a Inglaterra e a Alemanha «de natureza a ameaçar a independência, a integridade e os interesses de Portugal ou de uma parte qualquer dos seus domínios.»
27 de Abril - O grupo de Afonso Costa domina o Congresso do Partido Democrático, realizado em Braga.
Maio - O Centro Académico de Democracia Cristã é reactivado, com uma direcção formada por Gonçalves Cerejeira, Oliveira Salazar e Pacheco de Amorim.
Maio / Junho - Greve da Carris que dura 26 dias.
16 de Junho - Tomada de posse do 3.º governo constitucional da República, dirigido por Duarte Leite, e constituído por tês membros do partido democrático, 2 evolucionistas e um independente.
6 e 7 de Julho - As forças monárquicas de Paiva Couceiro entram, pela segunda vez, em Portugal tentando tomar a praça de Valença, o que não conseguem. Entrarão no dia seguinte em Trás-os-Montes tentando capturar Chaves.
8 de Julho - Combate de Chaves. Os monárquicos são completamente desbaratados, deixando alguns mortos e feridos no campo.
10 de Julho - Os projectos de construção dos caminhos-de-ferro de Benguela, em Angola, e da Zambézia, em Moçambique, são aprovados.
8 de Agosto - O governador Norton de Matos funda a cidade de Nova Lisboa, actual Huambo, em Angola.

Agosto - Realiza-se em Évora o 1.º Congresso dos Trabalhadores Rurais.
10 de Novembro - Afonso Costa, discursando em Santarém, afirma que «neste momento, em que vai talvez dar-se uma conflagração europeia ... nós não sabemos ainda qual terá de ser o nosso papel, porque não está definida verdadeiramente a natureza, a extensão, os efeitos da nossa aliança com a Inglaterra.»
18 de Dezembro - Um relatório secreto do Estado-Maior da Marinha britânica, conclui que Portugal não tinha para a Grã-Bretanha grande valor estratégico, desde que os seus territórios atlânticos não caíssem nas mãos de potências hostis.
1913
9 de Janeiro - Tomada de posse do 1.º governo Afonso Costa, formado unicamente por membros do partido democrático.
24 de Janeiro - A organização da Cruz Vermelha Portuguesa é aprovada.
21 de Fevereiro - Confirmam-se as suspeitas de existência de negociações, entre a Grã-Bretanha e a Alemanha, sobre a remodelação do tratado anglo-alemão de 30 de Agosto de 1898, que de facto tratava da partilha das colónias portuguesas.
5 de Março - Lisboa informa os embaixadores de Paris e de Berlim da sua adesão ao Acordo Franco-Alemão de 4 de Novembro de 1911, que pôs fim à segunda crise marroquina.
Abril - Reunião do 2.º Congresso dos Operários Agrícolas, em Évora.
27 de Abril - Tentativa revolucionária contra o primeiro governo presidido por Afonso Costa. É a primeira vez que republicanos participam num golpe contra um governo republicano.
28 de Abril - A publicação de vários jornais de Lisboa é suspensa.
10 de Junho - Lançamento de bombas sobre o cortejo de homenagem a Camões, que era constituído fundamentalmente por crianças.
21 de Junho - Promulgação de uma lei que impõe a aplicação no novo sistema monetário aprovado em 1911.
30 de Junho - A lei orçamental autoriza o governo a criar a Faculdade de Ciências Económicas e Políticas, previsto na Constituição Universitária de 1911, com o nome de Faculdade de Estudos Sociais e de Direito. O seu primeiro director será Afonso Costa. Só em 1918 adoptará o nome de Faculdade de Direito.
3 de Julho - O governo Afonso Costa retira o direito de voto aos chefes de família analfabetos. O sufrágio universal continua a não ser aplicado em Portugal, ao contrário de países como a Alemanha, Itália, Áustria, Montenegro, Suécia e Suiça. O número de eleitores continua igual ao existente no tempo da monarquia.
7 de Julho - Tentativa revolucionária radical com assalto ao Quartel de Marinheiros. É criado o Ministério da Instrução Pública.
10 de Julho - O governo corta as relações com o Vaticano e fecha a embaixada de Portugal junto da Santa Sé.
20 de Julho - Tentativas monárquicas de assalto a vários quartéis de Lisboa, contra os quais foram arremessadas bombas explosivas.
31 de Julho - Por meio de um ofício secreto, o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, Edward Grey, informa o seu embaixador em Portugal, Arthur Hardinge, de que o governo da Grã-Bretanha «opor-se-ia à intervenção de qualquer outra potência excepto a Espanha» nos assuntos portugueses.
8 de Agosto - 1.º Congresso do Partido Evolucionista.
13 de Agosto - É rubricado, com vista a posterior assinatura e ratificação, um novo Acordo Anglo-Alemão, que não só renovava as cláusulas do acordo de 1898 sobre as colónias portuguesas, acordo realizado no âmbito do pedido de empréstimo português após a bancarrota, mas também estabelecia uma nova partilha territorial, assim como alargava os fundamentos de intervenção.
23 de Agosto - Promulgação do novo Código Administrativo.
14 de Outubro - O jornal O Dia publica, reproduzindo o Daily Telegraph londrino, as supostas bases do acordo franco-espanhol de Cartagena em que a França permitiria que a Espanha de Afonso XIII, de acordo com uma hipotética base VIII, pudesse reclamar uma intervenção directa em Portugal, motivada pela progressão da anarquia política no país.
20 de Outubro - Nova tentativa de revolução monárquica levada a cabo por civis e liderada por João de Azevedo Coutinho.
- O texto definitivo do Acordo Anglo-Alemão de Agosto de 1913 é rubricado. O desmembramento e partilha das colónias portuguesas torna-se uma ameaça cada vez mais real.
16 de Novembro - Eleições suplementares para o Parlamento, com vitória do Partido Democrático que obtêm a maioria absoluta na Câmara dos Deputados.
9 de Dezembro - O ministro dos negócios estrangeiros alemão, fazendo no Reichtag o discurso anual sobre política externa, torna pública a existência de negociações com a Grã-Bretanha sobre as colónias portuguesas e prevê o êxito das mesmas.
16 de Dezembro - O embaixador português em Londres, Teixeira Gomes, consegue que o governo britânico se comprometa a não assinar o acordo anglo-alemão sem o requisito prévio da sua publicação. O que não interessava ao governo alemão.
1914
26 de Janeiro - Realiza-se uma manifestação a favor de Afonso Costa, assim como uma contra-manifestação promovida por Machados Santos.
9 de Fevereiro - O governo chefiado por Bernardino Machado toma posse, tentando ser um governo de reconciliação nacional. Propõem-se rever a lei da separação entre o Estado e a Igreja.
10 de Fevereiro - O embaixador francês em Londres, Paul Cambon, faz notar à Grã-Bretanha que a publicação do acordo anglo-alemão de Outubro de 1913 sobre as colónias portuguesas, tornava significativa a aproximação anglo-alemã, o que implicava o enfraquecimento da «Entente Cordiale» entre Paris e Londres.
22 de Fevereiro - Amnistia para os monárquicos, em que se inclui o bispo do Porto, punido por ter desobedecido à proibição de de ler nas missas a pastoral de Fevereiro de 1911.
14 de Março - Criação da União Operária Nacional, no decurso do Congresso Operário realizado em Tomar.
8 de Abril - Criação da Junta Central do Integralismo Lusitano, que publica um manifesto no primeiro número da revista Nação Portuguesa.
23 de Junho - 2.º governo dirigido por Bernardino Machado. Governo extrapartidário tendo por principal função a marcação e organização das eleições parlamentares.
28 de Junho - O arquiduque Francisco Fernando, herdeiro presuntivo do imperador austro-húngaro Francisco José, é assassinado em Sarajevo, capital da província da Bósnia-Herzegovina, por revolucionários sérvios..
- Discute-se no parlamento português o orçamento do ministério da Guerra. O ministro confidencia a um dos deputados, sobre o que o exército tinha ou não tinha para assegurar a defesa nacional: «Não digo que tem pouco, digo que não tem nada».
28 de Julho - A Alemanha acede a assinar o Acordo Anglo-Alemão sobre as colónias portuguesas nos termos pretendidos pela Grã-Bretanha.
- A Áustria-Hungria declara guerra à Sérvia. A Rússia mobiliza, dando início às movimentações que levarão ao desencadear em 4 de Agosto da Primeira Guerra Mundial.1 de Agosto - A Alemanha declara a guerra à Rússia.
- A França ordena a mobilização geral dos exércitos.
3 de Agosto - A Alemanha declara a guerra à França, e invade o Luxemburgo e a Bélgica.
- O governo britânico entrega uma carta ao embaixador de Portugal em Londres, instando junto do «Governo português para se abster, por agora, de publicar qualquer declaração de neutralidade».- Uma multidão junta-se à porta do Banco de Portugal, para trocar as notas por metal, provocando uma crise financeira temporária. O montante das trocas diárias vai diminuindo ao longo dos dias seguintes.
4 de Agosto - A Grã-Bretanha declara a guerra à Alemanha, devido à violação do Tratado de 1831 que declarava a Bélgica território neutral perpetuamente.
- O governo britânico informa oficialmente o governo português, por intermédio do seu embaixador em Lisboa, que «em caso de ataque da Alemanha contra qualquer possessão portuguesa, o Governo de Sua Majestade considerar-se-á ligado por estipulações da aliança anglo-portuguesa».7 de Agosto - Devido ao deflagrar da 1.ª Guerra Mundial, o Congresso da República, reunido extraordinariamente aprova um documento de intenções sobre a condução da política externa. Afirma-se que Portugal não faltaria aos seus compromissos internacionais, sobretudo no que diz respeito à Aliança Luso-Britânica.
12 de Agosto - É decidida a organização de uma expedição militar com destino a Angola e a Moçambique.
- É assinado o Tratado de Comércio e Navegação Luso-Britânico.
- A França e a Grã-Bretanha declaram a guerra à Áustria-Hungria.- O Japão declara a guerra à Alemanha.
18 de Agosto - É decidida a organização de uma expedição militar com destino a Angola e a Moçambique
25 de Agosto - Em Moçambique dá-se o primeiro incidente de fronteira, com o ataque alemão ao posto fronteiriço de Maziúa, na fronteira do Rovuma, tendo sido morto o chefe do posto e sendo incendiado o posto e as palhotas vizinhas.
11 de Setembro - Partida de Lisboa de uma expedição militar, comandada pelo tenente-coronel Alves Roçadas, com destino a Angola.
- Partida de um corpo expedicionário para Moçambique. O posto fronteiriço de Mazúa, na fronteira de Moçambique com a África Oriental Alemã (actual Tânzania) tinha sido novamente atacado.18 de Setembro - Tumultos e assaltos a lojas em Lisboa e no Porto, devido ao aumento do custo de vida.
1 de Outubro - As forças expedicionárias do comando de Alves Roçadas desembarcam em Moçamedes, no Sul de Angola. A força era composta de 1 batalhão de infantaria, 1 pelotão de metralhadoras, 1 bateria de artilharia e 1 esquadrão de cavalaria.
10 de Outubro - O governo britânico, invocando a antiga aliança, «formalmente convida o Governo Português a deixar a sua atitude de neutralidade, e enfileirar activamente ao lado da Grã-Bretanha e dos seus aliados.»
19 de Outubro - Partida de uma missão militar, composta pelos capitães Ivens Ferraz, Fernando Freiria e Azambuja Martins para conferenciar com o estado-maior britânico.
- Incidente de fronteira em Naulila, no sul de Angola. São mortos três alemães, parte de uma missão, que tinha entrado na província sem autorização, e acampado na margem esquerda do Cunene, mas já no território da província.
20 de Outubro - Movimentos revolucionários monárquicos em Mafra e Bragança. Declaram-se contra a participação de Portugal na Guerra.
- O Partido Socialista promove uma manifestação de apoio ao Aliados.
22 de Outubro - As forças expedicionárias de Alves Roçadas e forças provinciais acabam a sua concentração em Lubango, no planalto de Moçamedes, preparando a defesa do sul de Angola contra quaisquer investidas de tropas vinda da África Alemã do Sudoeste.
30 de Outubro - Massacre de Cuangar. O posto português de Cuangar, na margem esquerda do rio Cubango, no Sul de Angola, é atacado por alemães armados de metralhadoras. São mortos dois oficiais, um sargento, cinco soldados europeus e treze africanos, o comerciante Sousa Machado e uma mulher, num total de 22 pessoas.
31 de Outubro - Alves Roçadas determina a organização das chamadas Forças em operações ao Sul de Angola, com as forças expedicionárias e forças da província.
1 de Novembro - A primeira expedição portuguesa para Moçambique desembarca em Porto Amélia, no norte da colónia. Era composta por 1 batalhão, 1 bateria e 1 esquadrão.
5 de Novembro - Forças militares de reforço da guarnição portuguesa em Angola partem de Lisboa, comandadas pelo capitão-tenente Coriolano da Costa, devido a incidentes graves com tropas alemãs na fronteira.
17 de Novembro - É proibida a subida ao palco de uma revista, no Teatro da Rua dos Condes, por dar um quadro pouco abonatório do exército português.
23 de Novembro - Reunião extraordinária do Congresso da República em que o governo é autorizado a participar na guerra ao lado da Grã-Bretanha, e a ceder desde logo 20.000 espingardas com 600 cartuchos cada uma e 56 peças de artilharia pedidas pelo governo britânico.
12 de Dezembro - Ministério dos «Miseráveis», presidido por Vítor Hugo de Azevedo Coutinho. Só sobreviveu até 25 de Janeiro do ano seguinte.
12 e 13 de Dezembro - Encontros entre patrulhas portuguesas e alemãs, no Sul de Angola, com troca de tiros.
17 de Dezembro - Forças alemãs, sob o comando do major Frank, acampam nas margens do Cunene.
18 de Dezembro - Combate de Naulila. As forças alemãs atacam as portuguesas obrigando-as a retirar, em direcção a Humbe, no Sul de Angola. Morrem 3 oficiais e 66 sargentos e soldados.
19 de Dezembro - As forças portuguesas abandonam Humbe, depois do paiol do Forte Roçadas ter explodido. Retiram mais para norte, para Gambos, com intenção de defender Lubango, no Sul de Angola.
- Motivados pelos combates entre forças europeias, as populações africanas da Huíla, no Sul de Angola, revoltam-se. São dirigidas pelo soba Mandume, da terra Cuanhama.

1915
15 de Janeiro - O presidente da república, Manuel de Arriaga, reúne os principais dirigentes políticos para ouvir a sua opinião sobre a política seguida pelo Partido Democrático, de Afonso Costa, de empurrar Portugal para a guerra.
20 e 21 de Janeiro - «Movimento das Espadas». A maior parte dos oficiais da guarnição de Lisboa, chefiados por Machado Santos e Pimenta de Castro, protesta por considerar que a demissão de um seu colega, o major João Craveiro Lopes, foi efectuada por motivos políticos.
20 e 21 de Janeiro - «Movimento das Espadas». A maior parte dos oficiais da guarnição de Lisboa,
23 de Janeiro - Aprovação do Tratado de Comércio e Navegação entre Portugal e a Grã-Bretanha.
25 de Janeiro - O presidente da república, Manuel de Arriaga, demite o governo do partido democrático e encarrega, em ditadura, isto é, sem que o Congresso tivesse em sessão, o general Pimenta de Castro de formar um novo governo com intenção de preparar eleições. A participação dos militares nos assuntos políticos torna-se cada vez maior.
3 de Fevereiro - Mais expedições militares partem para Angola, para fazer frente aos ataques constantes das forças alemãs.
7 de Fevereiro - É sagrado bispo do Funchal, D. António Manuel Pereira Ribeiro, a primeira sagração episcopal da República.
3 de Março - O aumento do preço do pão provoca assaltos às padarias e tumultos um pouco por todo o país.
4 de Março - Os deputados do Partido Democrático de Afonso Costa são proibidos de entrar no Parlamento. Os deputados e senadores democráticos reunidos em Loures, no Palácio da Mitra, aprovam uma moção declarando o ministério fora-da-lei.
20 de Abril - Amnistia para todos os presos políticos.
22 de Abril - Os vereadores da Câmara Municipal de Lisboa são intimados a ceder o lugar à Comissão Administrativa nomeado pelo governo. São presos por terem recusados.
23 de Abril - São demitidas pelo governo várias câmaras municpais do País, sendo substituídas por comissões administrativas.
10 de Maio - Grandes manifestações republicanas em Lisboa.
14 de Maio - Em Lisboa, grupos tumultuosos de pessoas assaltam armazéns e padarias à procura de comida. Aproveitando a situação republicanos civis e militares levam a efeito um movimento revolucionário que provoca centenas de mortos e feridos.
15 de Maio - O governo ditatorial de Pimenta de Castro é demitido, sendo nomeado João Chagas para formar o novo ministério. O general Norton de Matos é escolhido para ministro da Guerra.
17 de Maio - Devido a um atentado no Entroncamento à vida de João Chagas, que fica gravemente ferido e cego de um olho, José Ribeiro de Castro é nomeado chefe do governo.
29 de Maio - Teófilo Braga é nomeado presidente da república interino, devido à demissão no dia 15 de Maio de Manuel de Arriaga.
13 de Junho - O Partido Democrático ganha as eleições legislativas, obtendo a maioria absoluta.
1 de Julho - Nova Lei Eleitoral. Os militares no activo passam a ter direito de voto. Os analfabetos continuam a não poder votar.
3 de Julho - Afonso Costa sofre um traumatismo craniano quando se atira para fora de um eléctrico devido ao medo de um atentado bombista.
4 de Agosto - O governo é autorizado a contrair dois empréstimos, destinados a fazer face ao aumento das despesas com as forças expedicionárias enviadas para as colónias.
6 de Agosto - Bernardino Machado é eleito Presidente da República.
29 de Novembro - Afonso Costa, restabelecido de uma fractura do crânio, é nomeado chefe do governo, constituído unicamente por membros do Partido Democrático.

[Retirado de O Portal da História]