Vejo as nuvens do céu
os sonhos da minha infância
claridades azuladas
na infinita distância.
Vejo no céu estas nuvens
Brancas, negras, azuladas
que se esfuman num momento
e deformam sem cessar.
Os sonhos da minha infância
Mortos no céu para sempre?
Na infinita distância
Os vazios transparentes.
Azuis, roxos, encarnados
que se turvam num instante
e deformam sem cessar.
Claridades azuladas
Vivas no céu
desde sempre.
Tenho os pés postos no chão
e firmados com vigor
Nos sonhos da minha infância.
Não são sonhos são certezas
que só encontro na Terra!
Claridades azuladas
de transparente constância.
Não estou parado no tempo
Não tenho os olhos fechados!
Na infinita distância
Claridades azuladas
Não são sonhos são certezas
Que só encontro na Terra.
[António Monteiro, 1959]
sábado, 30 de junho de 2007
quinta-feira, 28 de junho de 2007
Manuel Valadares e António Aniceto Monteiro em Paris
© Família de António Aniceto Monteiro
Manuel Valadares trabalhou de 1930 a 1933 no Laboratório Pierre et Marie Curie em Paris, sob a direcção de Marie Curie. Durante este período publicou vários trabalhos no domínio da radioactividade, incluindo a sua tese de doutoramento, intitulada “Contribution à la spectrographie par diffraction cristalline du rayonnement gamma”, orientada por Marie Curie e que mereceu a menção “très honorable”. Já após o seu falecimento a referida tese foi exposta no museu anexo ao Institut du Radium, onde se recorda toda a actividade científica do Instituto. Foi ainda exposta a segunda tese, intitulada “Transmutations des éléments par des particules accélerées artificiellement” que seria publicada sob a forma de livro em 1935 pela Hermann et Cie, Paris (*).
Já de regresso a Portugal, foi um dos fundadores, em 1936, do Núcleo de Matemática, Física e Química.
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(*) Lídia Salgueiro, Luísa Carvalho: Manuel Valadares – Facetas de uma personalidade: humana, científica e artística. In Memórias de Professores Cientistas. Os 90 anos da FCUL, 1911-2001. Lisboa: FCUL, 2001. Coordenação editorial: Ana Simões.
Num avião de um parque de diversões em Paris...
© Família de António Aniceto Monteiro
Avião de um parque de diversões em Paris: A. Monteiro, Zaluar Nunes e o arquitecto Faria da Costa. João Guilherme Faria da Costa (16 de Abril de 1906 - 19 de Janeiro de 1971) foi o primeiro arquitecto urbanista português.
Caricatura sobre a criação da Sociedade Portuguesa de Matemática
Caricatura de Carlos Botelho no Sempre Fixe, n.° 845 de 30/7/1942, p. 8. É a oitava (e última) caricatura desta edição da página «Ecos da Semana» a cargo de Carlos Botelho. Para melhor se compreender o significado da legenda, é aconselhável a leitura das outras sete que a precedem. No canto superior esquerdo, o sol é constituído pelas iniciais SPM (Sociedade Portuguesa de Matemática); ao centro, o globo tem inscrito na cinta que o envolve: «Tratado das Feras Matemáticas». Na base, onde assenta o globo, alude-se a Bento Caraça, Manuel Zaluar Nunes, Aniceto Monteiro, Marques da Silva e Manuel Valadares. À esquerda e à direita do globo encontram-se as figuras de BJC e Zaluar Nunes. (AMS 4420.009 im. 97).
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Digitalizado da página 570 de
Poetas
JOSÉ GOMES FERREIRA:
“O verdadeiro poeta era ele”
O adjectivo fascinante, embora já com o brilho muito gasto de tanto uso desatento, ainda me parece ser o mais próprio para definir a personalidade de Bento Caraça.
Camponês mal escondido no quotidiano da cidade, lábios estreitos para tornar as palavras voluntárias, sempre que encontrava alguém de quem gostava, lançava para o mundo a ponte do seu sorriso inteligente - e saudava-me:
- Olá, poeta!
Entre nós havia esse pacto de convívio. Ambos representávamos - actores provisórios do Eterno Diálogo das duas linguagens, tão desiguais por fora, mas afinal tão misteriosamente enlaçadas: a matemática e a poesia.
Eu simulava o poeta anarquista, refilão, desordeiro, imprecador. Ele, o homem que se fingia pasmado com a minha fantasia à solta.
Para isso bastava-me repetir as brincadeiras do costume, algumas - vamos lá - bem pouco originais. Descrevia-lhe, com pormenores de ocasião, as minhas invenções mais recentes: a máquina de fabricar angústia, as bigornas de prata irreal onde se forjavam estrelas para substituir as que iam secando no céu, os Altos Fornos de fundir coisa nenhuma…
- Oh! este poeta! Este poeta!
E ria, feliz por haver imaginação no mundo, arte, música, poetas desordenadores da vida parva…
Mas quando nos separávamos - coisa curiosa - eu sentia que o verdadeiro poeta era ele. Aquele homem superior onde sempre encontrei apenas um único desejo de missão: o de viver como se cumprisse um acto poético.
E cumpriu.
*
(publicado na Seara Nova, Junho de 1968, nº 1472)
(publicado na Seara Nova, Junho de 1968, nº 1472)
Bento de Jesus Caraça - Semeador de Cultura e Cidadania - Alberto Pedroso
quarta-feira, 27 de junho de 2007
Tese de António Aniceto Monteiro, Paris, 1936
Digitalização de Jorge Rezende
Capa da tese de António Aniceto Monteiro “Sur l’additivité des noyaux de Fredholm”, orientada por Maurice Fréchet. Teve três edições: além da que se mostra na imagem, há a do primeiro número da Portugaliae Mathematica (1937) e a do Volume XXI, nº 1, dos Anais da Faculdade de Ciências do Porto (1936).
terça-feira, 26 de junho de 2007
Lídia Monteiro
Digitalização de Jose Marcilese
© Família de António Aniceto Monteiro
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António Aniceto Ribeiro Monteiro e Lídia Marina de Faria Torres casaram em 29 de Julho de 1929. Do casamento nasceram dois filhos: António e Luiz.
Casamento com Lídia
António Monteiro e Lídia, noivos, no Campo Grande, Lisboa (1928)
Digitalização de Jose Marcilese
© Família de António Aniceto Monteiro
© Família de António Aniceto Monteiro
Registo de nascimento de António Monteiro onde, em nota à margem, vem o casamento com Lídia (o nome da noiva vem incorrectamente escrito Lídia Maria quando é Lídia Marina)
Digitalização de Jose Marcilese
© Família de António Aniceto Monteiro
© Família de António Aniceto Monteiro
Reprodução por meios fotográficos de Elza Amaral
© Família de António Aniceto Monteiro
© Família de António Aniceto Monteiro
Digitalização de Jorge Rezende
© Família de António Aniceto Monteiro
© Família de António Aniceto Monteiro
Depois do casamento
Reprodução por meios fotográficos de Elza Amaral
© Família de António Aniceto Monteiro
© Família de António Aniceto Monteiro
segunda-feira, 25 de junho de 2007
domingo, 24 de junho de 2007
sexta-feira, 22 de junho de 2007
quarta-feira, 20 de junho de 2007
Janeiro de 1931: “inscrição nas cadeiras que constituem a Secção de Sciências Pedagógicas da Faculdade de Letras”
Agradecimentos: Reitoria da Universidade de Lisboa
Digitalização de Jorge Rezende
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Digitalização de Jorge Rezende
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Requerimentos em que António Aniceto Monteiro solicita a “inscrição nas cadeiras que constituem a Secção de Sciências Pedagógicas da Faculdade de Letras” (8 de Janeiro de 1931). Provavelmente destinado a ser professor do liceu, nesse mesmo ano acabou por partir para Paris.
Outubro de 1928, a mudança: inscrição em "Sciencias Matemáticas"
Digitalização de Jorge Rezende
A autorização dependia do Senado
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