© Família de António Aniceto Monteiro
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No início deste fatídico Setembro de 1936, António Aniceto Monteiro procurava concorrer a um lugar de actuário do Instituto Nacional do Trabalho; se obteve este lugar, ignoro. Uns dias depois, sairia o famigerado Decreto-lei n.º 27:003, de 14 de Setembro de 1936. Em virtude da imposição que este Decreto-lei determina, António Aniceto Monteiro perderia o seu lugar como assistente na FCUL, que ocupava, pago com uma bolsa do Instituto para a Alta Cultura.
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«Regressado ao País e mau grado o valor dos trabalhos que realizara no estrangeiro, não encontrou lugar no corpo docente de nenhuma das três Faculdades de Ciências do País. Passou então a viver com uma modestissima bolsa que o I. A. C. the concedeu; passados alguns meses, exigiram-Ihe, para poder continuar a ser bolseiro, a assinatura de um compromisso politico — que pessoa alguma Ihe havia imposto ao enviá-Io para o estrangeiro. Tendo-se recusado a assinar um compromisso que repugnava a sua consciência, deixou de ser bolseiro, e a sua vida e a dos seus decorreu, de aí em diante, em condições de dificuldade económlca que, por vezes, roçaram pela miséria.»