sexta-feira, 29 de abril de 2011

ETH Zürich - Eidgenössische Technische Hochschule Zürich: Mario Dolcher, Paul Bernays, Pilar Ribeiro und Hugo Ribeiro

Mario Dolcher, Paul Bernays, Pilar und Hugo Ribeiro
© Família de Pilar e Hugo Ribeiro
Agradecimentos: Mário Ribeiro, Ilda Perez
Agradecimentos ainda a Fernando Ferreira, Jorge Almeida e Gino Tironi

Digitalização de Jorge Rezende

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Dois protagonistas do século de existência da Universidade de Lisboa: António Aniceto Monteiro e Alfredo Pereira Gomes



© Família de Pilar e Hugo Ribeiro
Agradecimentos: Mário Ribeiro, Ilda Perez
Digitalização de Jorge Rezende

Neste dia 25 de Abril de 2011, apresenta-se aqui uma fotografia de dois Professores ligados à Universidade de Lisboa, António Aniceto Monteiro e Alfredo Pereira Gomes. Embora de proveniência diferente, já tinha sido reproduzida em António Aniceto Monteiro e Alfredo Pereira Gomes (sem data) e foi tirada no mesmo mês que esta: Alfredo Pereira Gomes, Ruy Luís Gomes, António Aniceto Monteiro e Manuel Zaluar Nunes.
Nessa data, Julho de 1959, estavam ambos no exílio.
Alfredo Pereira Gomes foi afastado da Universidade em Outubro de 1946, por decisão do Governo, alegadamente por “estar incurso no disposto do decreto-lei nº 25317” (ver Tentativa Feitas nos Anos 40 para criar no Porto uma escola de Matemática, por Ruy Luís Gomes). Foi para França e, depois, para o Brasil.
António Aniceto Monteiro nunca foi expulso da Universidade Portuguesa, porque nem sequer foi admitido depois de regressar de Paris em 1936. Pelas razões que se conhecem, partiu para o Brasil em 1945, seguindo para a Argentina anos mais tarde. De tudo o que fez pela nossa Universidade, e pelas dos países onde trabalhou, temos vindo a fazer o modesto relato.
Todos os nomes citados neste texto são de exilados, exemplos da nossa triste Universalidade.


quarta-feira, 20 de abril de 2011

No centenário da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa: Fragmentos da influência científica de António Aniceto Monteiro em Portugal

Maurice Fréchet, Pedro José da Cunha e António Aniceto Monteiro
Uma fotografia notável provavelmente tirada na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (na "Escola Politécnica")
Do espólio de António Aniceto Monteiro
Digitalização de Jose Marcilese



No centenário da Faculdade de Ciências: UMA CARTA de Manuel Valadares sobre António Aniceto Monteiro (1945)

Manuel Valadares e António Aniceto Monteiro em Paris
© Família de António Aniceto Monteiro
Digitalização de Jose Marcilese

UMA CARTA cuja publicação foi recusada por um jornal de Lisboa

Sr. Carvalhão Duarte, dig.mo director do jornal República; — Enviei há dias ao sr. director do jornal Diárlo da Manhã, a carta de que hoje vos remeto cópia. Esperei em vão a sua publicação nesse jornal, mas porque tal não sucedeu, venho, rogar-Ihe, sr. director, o obséquio de a inserir no jornal que v. dirige.
Atingir-se-ão, assim, dols objectivos: — o de desagravar um homem que se encontra presentemente no estrangeiro e que ao país prestou relevantes serviços e o de fornecer ao público um test do respeito que o sr. director do Diário da Manhã tem pela dignidade alheia.
Com os meus antecipados agradecimentos, queira v. aceitar os cumprimentos do adm.or mt.o obg.o — Manuel Valadares.
Lisboa, 7 de Novembro de 1945.
«Ex.mo Sr. director do jornal Diário da Manhã: — No número de anteontem do jornal que v. ex.a dirige, encontram-se, sob o titulo :«Algumas vitimas da opressão, da incultura, da má administração e do retrocesso em materia educativa...», as seguintes afirmações:
«António Anlceto Monteiro, nem sequer chegou no seu regresso, a dar aulas da sua especlalidade. Finalmente, partiu para o Brasil, onde é professor. E diz que sabe da sua poda: — o País, todavia, não sabia quanto lhe custou a preparação de um matemátlco... para uso externo».
«Para completa elucidação dos leitores do Jornal Diário da Manhã peço a v. ex.a se digne publicar o que segue.
«António Monteiro partiu para Paris, como bolseiro da Junta de Educação Nacional, em 1930. Aí, após ter suprido as deficiências de preparação com que tinha saído da nossa Universidade, reallzou trabalhos de investigação que lhe permitiram obter o titulo de doutor pela Faculdade de Ciências de Paris, Além desta prova do valor dos seus trabalhos, existem certamente dos arquivos da Junta, hoje Instituto para a Alta Cultura, as informações dos professores com que António Monteiro lidou a atestarem das suas qualidades de trabalho e inteligência. Suponho mesmo que o nome de António Monteiro é o úniico nome de matemático português que o volume, consagrado à matemática, da Enciclopédia francesa cita.
Regressado ao País e mau grado o valor dos trabalhos que realizara no estrangeiro, não encontrou lugar no corpo docente de nenhuma das três Faculdades de Ciências do País. Passou então a viver com uma modestissima bolsa que o I. A. C. the concedeu; passados alguns meses, exigiram-Ihe, para poder continuar a ser bolseiro, a assinatura de um compromisso politico — que pessoa alguma Ihe havia imposto ao enviá-Io para o estrangeiro. Tendo-se recusado a assinar um compromisso que repugnava a sua consciência, deixou de ser bolseiro, e a sua vida e a dos seus decorreu, de aí em diante, em condições de dificuldade económlca que, por vezes, roçaram pela miséria.
Pois bem; apesar de não pertencer à Universidade nem ao I. A. C.; apesar das condições dificílimas da sua vida, esse homem realizou, no período que decorre desde a sua vinda do estrangeiro até à sua partlda para o Brasil, uma obra cultural no campo das matemáticas que não teme paralelo com a de qualquer outro português. Fundou e dirigiu as revistas Portugaliae Mathematlca e Gazeta de Matemática; a seu pedido, foi fundado, e sob a sua orientação funcionou, o Centro de Estudos de Matemática, anexo à Faculdade de Ciências de Lisboa, onde, entre uma obra vasta, convém salientar aquela que realizou da formação de novos investigadores; efectuou, em escolas superiores portuguesas, cinco cursos extrauniversitários; deu uma contribuição apreciável para os trabalhos do Centro de Estudos Matemáticos da Universidade do Porto; organizou e dirigiu os serviços de inventariação da bibliografia científica existente no País; dirigiu dois seminários de matematica, um em Lisboa, outro no Porto; publicou dois iivros de matemática e alguns fasciculos da série «Topologia», editada pelo Centro de Matemática do Porto; fundou, com os professores Aureliano Mira Fernandes e Rul Luiz Gomes, a Junta de Investigação Matemática; finalmente, realizou numerosos trabalhos de investigação científica.
Foi certamente o conhecimento desta obra vastísslma de investigador e de impulsionador, realizada, aliás, nas piores condições, que levou os professores Einstein e von Neuman a sugerirem à Universidade do Rio de Janeiro a vantagem que esta teria em contar no seu corpo docente um tal homem. António Monteiro partiu nos primeiros meses deste ano para o Rio e aí rege hoje o curso de Análise Superior e dirige o seminário de investigação matemática.
Aqui estão, sr. director, as informações — ainda que sucintas — que me parecem permitirão aos leitores do jornal que v. ex.a dirige formarem uma ideia mais objectiva do caso António Monteiro.
Não sei o que, ao findar a leitura destas linhas, eles pensarão, mas creio que todos os Portugueses que ponham os interesses da Nação acima dos interesses de partido ou pessoais ambicionarão — como eu — que, ao terminar o prazo do seu contrato de professor no Rio de Janeiro, António Monteiro possa regressar ao país para aqui ocupar, no ensino e na investigação matemática, o lugar de primacial relevo a que Ihe dá jus o somatório invulgar das suas qualidades de iniciativa, de inteligência, de saber e de carácter.
Pela publicação destas linhas ficar-lhe-ei muito grato.
Lisboa, 31 de Outubro de 1945.
a) Manuel Valadares

terça-feira, 19 de abril de 2011

No dia do centenário da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa: Recordar António Aniceto Monteiro

Agradecimentos a Edgar Ataíde
Digitalização de Jorge Rezende


Cartazes provenientes do espólio de António Aniceto Monteiro

CRONOLOGIA DE ANTÓNIO ANICETO MONTEIRO
(1925-1945)
(Desde o seu ingresso na FCUL até à sua partida para o Brasil)

(...)
1925-1930
Estuda na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, de 20 de Outubro de 1925 a 17 de Julho de 1930, onde encontra a sua vocação e o seu primeiro Mestre – Pedro José da Cunha.
1929
Casa-se em 29 de Julho com Lídia Marina de Faria Torres. Do casamento nascerão dois filhos – António e Luiz.
1930
Em 17 de Julho licencia-se em Ciências Matemáticas na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
1931-1936
António Monteiro é bolseiro em Paris do Instituto para a Alta Cultura (IAC) desde Novembro de 1931 até Julho de 1936. Durante este período estuda no Instituto Henri Poincaré, realizando trabalhos científicos sob a direcção de Maurice Fréchet.
1934
A 8 de Fevereiro nasce António, filho de Lídia Marina e António Aniceto.
1936
Conclui o Doutoramento de Estado na Faculdade de Ciências da Universidade de Paris, em Ciências Matemáticas, com a menção Très Honorable, orientado por Maurice Fréchet, com uma tese intitulada Sur l’additivité des noyaux de Fredholm.
É fundado o Núcleo de Matemática, Física e Química, em Lisboa, cujas actividades se iniciam a 16 de Novembro, e cujos principais impulsionadores (os mais activos) são António da Silveira, Manuel Valadares e António Aniceto Monteiro.
A 5 de Outubro nasce Luiz, filho de Lídia Marina e António Aniceto.
1937
É fundada a revista Portugaliae Mathematica. A revista é “editada por António Monteiro, com a cooperação de Hugo Ribeiro, J. Paulo, M. Zaluar Nunes”.
Neste ano encontram-se, provavelmente pela primeira vez, nas actividades do Núcleo de Matemática, Física e Química, os matemáticos António Monteiro, Bento Caraça e Ruy Luís Gomes, os três principais impulsionadores do Movimento Matemático.
1938
Recebe o Prémio Artur Malheiros da Academia de Ciências de Lisboa (Matemática) conferido pelo Ensaio sobre os fundamentos da análise geral.
1939
Começa a funcionar o Seminário de Análise Geral, em Lisboa, impulsionado por António Aniceto Monteiro, primeiro na Faculdade de Ciências e depois no Centro de Estudos Matemáticos de Lisboa do IAC, no qual com a realização de cursos e seminários começa a iniciar um grupo de jovens no estudo da matemática moderna. Entre os seus discípulos deste período podem destacar-se José Sebastião e Silva e Hugo Baptista Ribeiro.
Em 6 de Novembro “desintegra-se” o Núcleo de Matemática, Física e Química.
1940
Em 1939 é fundada por Bento de Jesus Caraça, António Monteiro, Hugo Ribeiro, José da Silva Paulo e Manuel Zaluar, a Gazeta de Matemática, cujo primeiro número sai em Janeiro de 1940.
Em Fevereiro é formado o Centro de Estudos Matemáticos de Lisboa de que o impulsionador é António Monteiro que aí continua a dirigir trabalhos de investigação.
É fundada a Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), em 12 de Dezembro de 1940. António Aniceto Monteiro é um dos seus principais impulsionadores e escolhido para seu Secretário Geral, por unanimidade. Pedro José da Cunha é eleito Presidente.
1943
4 de Outubro: é fundada a Junta de Investigação Matemática (JIM) por Ruy Luís Gomes, Mira Fernandes e António Monteiro. Os fundos para a JIM são angariados numa campanha promovida por António Luiz Gomes, irmão de Ruy Luís Gomes.
Dezembro: António Aniceto Monteiro vai para o Porto, a convite da JIM, com a família, onde fica cerca de um ano. Diz António Aniceto Monteiro no seu curriculum: “durante o período de 1938-43 todas as minhas funções docentes e de investigação, foram desempenhadas sem remuneração; ganhei a vida dando lições particulares e trabalhando num Serviço de Inventariação de Bibliografia Científica existente em Portugal, organizado pelo IAC”.
No Centro de Estudos Matemáticos do Porto, Monteiro dirige o Seminário de Topologia Geral. A JIM inicia a publicação dos Cadernos de Análise Geral nos quais se publicam os cursos e seminários ministrados na Faculdade de Ciências de Porto, sobre Álgebra Moderna, Topologia Geral, Teoria da Medida e Integração, etc., temas com pouca difusão nessa época nas Universidades Portuguesas.
1944-1945
Palestras da JIM lidas ao microfone da Rádio Club Lusitânia, corajosamente cedido pelo proprietário. São oradores: Ruy Luís Gomes, António Monteiro, Corino de Andrade, Branquinho de Oliveira, Fernando Pinto Loureiro, José Antunes Serra, António Júdice, Armando de Castro, Carlos Teixeira e Flávio Martins.
1945
António Aniceto Monteiro vê-se obrigado a sair de Portugal, porque lhe vedaram a entrada na carreira académica, por razões políticas. Com recomendação de Albert Einstein, J. von Neumann e Guido Beck obtém uma cátedra de Análise Superior no Rio de Janeiro, na Faculdade Nacional de Filosofia (o convite tinha sido feito em Setembro de 1943). Em 28 de Fevereiro, António Aniceto Monteiro embarca para o Rio de Janeiro onde chega com um contrato por quatro anos o qual não será renovado por influência da Embaixada de Portugal.
(...)
[Excerto da CRONOLOGIA]
-
António Aniceto Monteiro foi ainda Assistente Extraordinário da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa: 1934-1935: Actividade de António Aniceto Monteiro em Paris

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Bento de Jesus Caraça e outros num passeio no Tejo

Passeio no Tejo em 1941 ou 1942: Bento de Jesus Caraça, de costas e chapéu, à direita, num barco que talvez seja o «Liberdade»
© Família de Pilar e Hugo Ribeiro
Agradecimentos: Mário Ribeiro, Ilda Perez
Digitalização de Jorge Rezende

Bento de Jesus Caraça faria hoje 110 anos

Bento de Jesus Caraça (Vila Viçosa, 18 de Abril de 1901 — Lisboa, 25 de Junho de 1948) num passeio no Tejo, em 1941 ou 1942, fragmento da foto anterior.
© Família de Pilar e Hugo Ribeiro
Agradecimentos: Mário Ribeiro, Ilda Perez
Digitalização de Jorge Rezende

domingo, 17 de abril de 2011

Ferreira Marques e Bento de Jesus Caraça num passeio no Tejo

Ferreira Marques e Bento de Jesus Caraça. Ferreira Marques deve ser o Dr. João Ferreira Marques citado no excerto do livro de Ricciardi (Os passeios no Tejo numa biografia literária de Soeiro Pereira Gomes). Escreveu O Problema Médico-Social da Sífilis, para as EDIÇÕES COSMOS.
Bento de Jesus Caraça faria amanhã 110 anos.

© Família de Pilar e Hugo Ribeiro
Agradecimentos: Mário Ribeiro, Ilda Perez
Digitalização de Jorge Rezende

sábado, 16 de abril de 2011

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Jerónimo Tarrinca no prefácio do romance «Avieiros»​, de Alves Redol

(...)
Com o esquadro da sua inteligência minuciosa, revelou-me aquela gente que vivia em barcos, pescando ou vendendo melões e melancias, segundo as épocas. Nómadas do rio, como os ciganos na terra, tinham vindo da Praia da Vieira e faziam vida à parte: chamavam-lhes avieiros.
Nunca ouvira falar de semelhante gente.
A minha curiosidade alongou-se e soube então que o Tarrinca os encontrava durante a safra do sável, que lhes transportava o pescado até à Ribeira de Lisboa e que não me seria fácil merecer-lhes a convivência.
Este romance nasceu, portanto, numa manhã soalheira no cais de Vila Franca. Já lá vai uma trintena.
Durante quatro anos persegui-os como pude, sempre com a ajuda do impetuoso Jerónimo Tarrinca, que me levou à Toureira, uma das poucas aldeias de avieiros, criadas à margem do Tejo e do mundo, e onde semeei, pouco a pouco, amizades e até devoções. Mas tão escassas horas de convivio não bastavam para saber quanto precisava acerca deles. Até que um dia consegui a promessa de viver numa barraca da Palhota, lá mais acima, perto de Valada do Ribatejo, em casa de Manuel Lobo.
(...)
Nesta variação sobre um tema de 1940 estabeleci um compromisso. Mantenho o tom da primeira edição, mas sirvo-o com outra ferramenta afeiçoada à gesta popular. Gostaria de a ler aos mesmos que ouviram da minha boca a primeira versão, para que me dissessem se errei. Mas é tarde. A vida separou alguns; a morte levou outros tantos. Neste momento recordo Joaquim Soeiro Pereira Gomes e Carlos de Oliveira.
E tenho de acrescentar Jerónimo Tarrinca, a quem ainda e também dedico o livro. A sua morte pertence à história deste romance e de todos nós. Incapaz de fazer frente à concorrência da camionagem que lhe tomava os fretes ao barco, o meu amigo resolveu adquirir um motor para o tornar mais rápido. Empenhou-se ao comprá-lo, nasceu-lhe uma esperança, mas a máquina era débil para o peso da lancha e as exigências das viagens. Sem dinheiro para a substituição, Jerónimo Tarrinca começou a empreender no seu novo falhanço. E um dia, mesmo à vista do Tejo, onde o bote balouçava sem préstimo, saltou para a frente de um comboio rápido. Cara a cara, sem baixar os olhos.
Ver também:
Avieiros
Os passeios no Tejo numa biografia literária de Soeiro Pereira Gomes (onde se pode ver quem era Jerónimo Tarrinca)
Passeio no Tejo


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Liberdade

Passeio no Tejo em 1941 ou 1942: talvez este barco seja o «Liberdade»
© Família de Pilar e Hugo Ribeiro
Agradecimentos: Mário Ribeiro, Ilda Perez
Digitalização de Jorge Rezende

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Alves Redol, António Aniceto Monteiro e Hugo Ribeiro num passeio no Tejo em 1941 ou 1942

© Família de Pilar e Hugo Ribeiro
Agradecimentos: Mário Ribeiro, Ilda Perez
Digitalização de Jorge Rezende


Embora uma cópia desta fotografia já esteja em «Passeio no Tejo: Alves Redol, António Aniceto Monteiro e Hugo Ribeiro», a proveniência desta é distinta. O acesso a estas fotografias, marcadas © Família de Pilar e Hugo Ribeiro, não teria sido possível sem as pessoas a quem estão dirigidos os agradecimentos e sem a Sociedade Portuguesa de Matemática.

Ver:
Alves Redol
Passeio no Tejo
Passeios no Tejo

terça-feira, 12 de abril de 2011

Cabanas à beira Tejo


Passeio no Tejo em 1941 ou 1942: cabanas
© Família de Pilar e Hugo Ribeiro
Agradecimentos: Mário Ribeiro, Ilda Perez
Digitalização de Jorge Rezende

«Esteiros. Minúsculos canais, como dedos de mão espalmada, abertos na margem do Tejo. Dedos das mãos avaras dos telhais que roubam nateiro às aguas e vigores à malta. Mãos de lama que só o rio afaga.»

segunda-feira, 11 de abril de 2011

As barcas deslizando suavemente​, rapidament​e, no silêncio do rio...


Passeio no Tejo em 1941 ou 1942: barcas
© Família de Pilar e Hugo Ribeiro
Agradecimentos: Mário Ribeiro, Ilda Perez
Digitalização de Jorge Rezende

domingo, 10 de abril de 2011

... e as lavadeiras cantando ao desafio

Passeio no Tejo em 1941 ou 1942: lavadeiras
© Família de Pilar e Hugo Ribeiro
Agradecimentos: Mário Ribeiro, Ilda Perez
Digitalização de Jorge Rezende



DESAFIO

Correm as águas
nos montes
nos outeiros
nas colinas
transparentes, cristalinas
regando flores
sequiosas de amores.

As barcas
deslizando
suavemente
no silêncio do rio
e as lavadeiras
cantando ao desafio.

Oh! silêncio eloquente
das vozes caladas.

Correm ideias
nos montes
nos outeiros
nas colinas
transparentes, cristalinas
regando dores
sequiosas de amores.

As barcas
deslizando
suavemente, rapidamente
no silêncio do rio
e as lavadeiras
cantando ao desafio.

[1959]


Ver:
En las márgenes del Napostá...
Passeio no Tejo

Passeios no Tejo

sábado, 9 de abril de 2011

Nas margens do rio Tejo...

Passeio no Tejo em 1941 ou 1942: ajudando os pescadores
© Família de Pilar e Hugo Ribeiro
Agradecimentos: Mário Ribeiro, Ilda Perez
Digitalização de Jorge Rezende

Ver:
[Vejo o Tejo que deixei / num claro dia de sol / Nos meus olhos / a neblina / daquelas águas azuis.]

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Soeiro Pereira Gomes num passeio no Tejo em 1941 ou 1942

© Família de Pilar e Hugo Ribeiro
Agradecimentos: Mário Ribeiro, Ilda Perez
Digitalização de Jorge Rezende

terça-feira, 5 de abril de 2011

Hugo Ribeiro e Fernando Piteira Santos, em primeiro plano, num passeio no Tejo em 1941 ou 1942

© Família de Pilar e Hugo Ribeiro
Agradecimentos: Mário Ribeiro, Ilda Perez
Digitalização de Jorge Rezende

Nota: Estas fotografias, que retratam os passeios no Tejo, e as outras, as da visita de Maurice Fréchet, têm sido tornadas públicas por diversas formas, sem que se faça referência à sua origem, o que se lamenta. Muitas delas pertenciam ao espólio de Pilar e Hugo Ribeiro, a quem se deve terem chegado até nós. Talvez que uma boa parte tenha sido tirada pela câmara de Bento de Jesus Caraça, uma Voigtländer. Ao fundo, de chapéu, talvez seja Jerónimo Tarrinca. Estas fotografias, assinaladas como sendo de 1942, talvez sejam, de facto, de 1941.

domingo, 3 de abril de 2011

Fernando Lopes Graça, Alves Redol, António Aniceto Monteiro e Pilar Ribeiro num passeio no Tejo em 1941 ou 1942

Fernando Lopes Graça, em primeiro plano, Alves Redol, ao fundo, espreitando, António Aniceto Monteiro, de perfil, e Pilar Ribeiro, à direita, rindo da figura de Lopes Graça com o chapéu de palha.

© Família de Pilar e Hugo Ribeiro
Agradecimentos: Mário Ribeiro, Ilda Perez
Digitalização de Jorge Rezende

sábado, 2 de abril de 2011

Maurice Fréchet e Bento de Jesus Caraça na Faculdade de Ciências ("Escola Politécnic​a") em 1942

© Família de Pilar e Hugo Ribeiro
Agradecimentos: Mário Ribeiro, Ilda Perez
Digitalização de Jorge Rezende

Ver:
Fréchet
Fréchet

sexta-feira, 1 de abril de 2011

João Remy Teixeira Freire (Remy Freire)

António Aniceto Monteiro e Remy Freire num passeio no Tejo em 1941 ou 1942

Remy Freire (pormenor da anterior)

Remy Freire, Pilar Ribeiro e Lídia Monteiro, no mesmo passeio

Remy Freire (pormenor da anterior)

António Aniceto Monteiro, Alves Redol (com a "eterna" camisa aos quadrados) e Remy Freire (os dois últimos, de costas)

© Pilar e Hugo Ribeiro
Digitalização de Jorge Rezende

(...)
O ambiente matemático em Curitiba nos anos 50 era muito ruim. No que diz respeito à Matemática não havia atividades extracurriculares e as bibliotecas possuíam apenas livros utilizados pelos estudantes de Engenharia. Antes de 1953, apenas o Prof. Leo Barsotti, então assistente da cadeira de “Cálculo” da Faculdade de Engenharia, havia publicado artigos originais sobre Matemática. A Universidade do Paraná tinha sido instalada em 1946 com quatro faculdades, das quais apenas as faculdades de Engenharia (fundada em 1913) e a de Filosofia (em 1938, mas com o curso de Matemática iniciando em 1940) tinham cadeiras de Matemática. O mais antigo professor de Matemática de Curitiba era Valdemiro Augusto Teixeira de Freitas, catedrático de “Mecânica Racional” na Faculdade de Engenharia e professor de diversas instituições de ensino de Curitiba. O Prof. Teixeira de Freitas tinha sido professor de quase todos os professores de Matemática de Curitiba, e por este motivo foi escolhido como presidente da primeira diretoria da Sociedade, tendo sido reeleito por seis vezes consecutivas. Mas, a figura mais significativa da Matemática em Curitiba nos anos 50 era Olavo del Claro, que tinha sido aprovado em concurso na Faculdade de Engenharia (1936) e na Escola de Agronomia (1942). Quando da fundação da Faculdade de filosofia o Prof. del Claro foi preterido na escolha do corpo docente, e isto foi, sem dúvida, a causa do péssimo relacionamento entre os professores de Matemática das duas faculdades. Havia necessidade de um catalisador.
O catalisador apareceu em 1952 na pessoa do Prof. João Remy Teixeira Freire, natural de Lisboa e posteriormente naturalizado brasileiro, que veio para Curitiba assumir a cadeira de “Estatística Geral e Aplicada” do recém criado curso de Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia. Remy Freire era Bacharel em Ciências Econômicas e Doutor em Economia pela Universidade de Lisboa e, depois de já estar instalado em Curitiba, obteve o Doutorado de Estado em Estatística pela Universidade de Paris. Remy Freire tinha sido assistente do renomado matemático Bento de Jesus Caraça na Universidade de Lisboa e um dos fundadores da Sociedade Portuguesa de Matemática. Em “Análise Matemática e Superior”, aproximou-se de Newton Carneiro Affonso da Costa, então aluno do curso de Matemática, que, inclusive pela influência de Remy Freire, veio a ser o único curitibano que, até hoje, se projetou internacionalmente como matemático.
Graças ao carisma de que era portador, Remy Freire granjeou largo círculo de amizade em Curitiba, principalmente no meio universitário, o que facilitou a sua disposição de fundar a Sociedade Paranaense de Matemática.
A primeira diretoria da Sociedade era assim constituída: Presidente Teixeira de Freitas, Vice Presidente Ulysses Carneiro, Secretário Geral Remy Freire, Sub Secretário Jayme Cardoso, Tesoureiro Dyonil Ruben Carneiro Bond, Diretor de Publicações Leo Barsotti e Diretor de Cursos e Conferências Newton Carneiro Afonso da Costa.
Dias após a fundação da Sociedade houve uma reunião da Sociedade Brasileira em Curitiba intitulada ‘Para o Progresso da Ciência’. Entre os participantes estavam Benedito Castrucci, Cândido Dias, Luiz Henrique Jacy Monteiro e José de Barros Neto, todos professores do Departamento de Matemática da Faculdade de Filosofia da USP. Além das comunicações feitas na SBPC estes professores proferiram conferências na Sociedade, e se tornaram os primeiros sócios correspondentes da Sociedade. Era o início promissor de atividades da Sociedade, que nestes 31 anos de existência tem patrocinado a realização de cursos, seminários, reuniões, conferências, além de publicação de livros e periódicos.”
(...)
Ver ainda
João Remy Teixeira Freire
PIQUENIQUE CLANDESTINO DE ANTI-FASCISTAS DO I.S.C.E.F. ACOMPANHADOS PELO PROF. BENTO DE JESUS CARAÇA

Nota: Estas fotografias foram digitalizadas por mim em casa de Pilar Ribeiro, em Bicesse, em 12 de Junho de 2006. A sua publicação é também uma forma de a homenagear por esta altura do seu falecimento. Recordo a alegria dos seus 95 anos, o seu interesse, o brilho dos seus olhos, ao ver-me digitalizar as fotografias, o mesmo encanto que se pode ver no passeio no Tejo, na sua juventude, em 1941 ou 1942. Conheci Pilar e Hugo, que foi meu professor, no Porto, aquando do seu regresso definitivo a Portugal. Sei que estavam sempre dispostos a ajudar os mais novos, que é uma forma de nos mantermos jovens. Antes de Ruy Luís Gomes, José Morgado, Hugo, Pilar e outros, antes de 25 de Abril de 1974, a FCUP era soturna. Depois, entrou a Luz.