16.789-48 - (E. M. n.° 784, de 20-8-48, do D. A. S. P.). Processo PR
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Brasil, 1948: «Isto é um inferno...» (Carta a Guido Beck, de 28 de Julho de 1948, proveniente do Rio de Janeiro)
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«Trataremos agora do meu problema. Agradeço-lhe em primeiro lugar as boas
palavras de encorajamento que escreveu. Preciso antes de mais nada de
esclarecer a minha situação actual. O meu contrato, ou antes a sua renovação,
foi aprovado no Departamento de Matemática (Outubro de 1947), na Congregação da
Faculdade (Dez. 1947), no Conselho Universitário (Março de 1948), no Conselho
de Curadores da Universidade (Abril de 48), entrou no Ministério da Educação em
Maio, na Presidência da República em Junho e está agora no departamento
Administrativo do Serviço Público, que deve elaborar um parecer. Voltará à
Presidência da República para ser assinado e depois irá ao Ministério e finalmente
regressará à Universidade. Na realidade, em vista da autonomia da universidade,
tudo deveria estar terminado com a aprovação do Conselho de Curadores. Sob este
aspecto a Universidade não está porém disposta a ser autónoma, prefere ficar
subordinada ao Catete. Apesar de todas as aprovações anteriormente indicadas o
problema não está portanto resolvido e por isso não tenho recebido os meus
vencimentos, mas tenho continuado o meu serviço na Faculdade. A renovação do
contrato é anual. Isto significa que todos os anos estarei na mesma incerteza.
Estou convencido que na Universidade não haverá dificuldades, mas elas podem
vir de cima.»
(Carta a Guido Beck, de 31 de Julho de 1948, proveniente do Rio de Janeiro)