domingo, 4 de dezembro de 2016

Proposta de renovação, por um ano, do contrato de Antônio Aniceto Ribeiro Monteiro, para desempenho da função de Regente de Análise Superior na Faculdade Nacional de Filosofia.

 
16.789-48 - (E. M. n.° 784, de 20-8-48, do D. A. S. P.). Processo PR
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«A minha situação continua na mesma ou antes está cada vez pior. Este mês não recebi ordenado e não sei como vou pagar a renda da casa dentro de 3 dias bem como o ordenado da empregada. Já devo 4 ou 5 meses de mensalidades no colégio de meus filhos. Isto é um inferno e estou cada vez mais desesperado com os meus colegas que nada fazem para apressar a resolução do problema. O contrato está neste momento no DASP (Departamento Administrativo do Serviço Público) e ainda tem que voltar para a Presidência da República. Se não se resolve tudo isto dentro de 15 dias estarei até ao fim de Setembro sem vencimentos, porque não receberei no fim de Agosto. Neste momento a Faculdade já me deve 25 contos de ordenados. O meu crédito está praticamente esgotado. Não sei a quem pedir dinheiro. Um inferno que você conhece bem.»
Brasil, 1948: «Isto é um inferno...» (Carta a Guido Beck, de 28 de Julho de 1948, proveniente do Rio de Janeiro)
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«Trataremos agora do meu problema. Agradeço-lhe em primeiro lugar as boas palavras de encorajamento que escreveu. Preciso antes de mais nada de esclarecer a minha situação actual. O meu contrato, ou antes a sua renovação, foi aprovado no Departamento de Matemática (Outubro de 1947), na Congregação da Faculdade (Dez. 1947), no Conselho Universitário (Março de 1948), no Conselho de Curadores da Universidade (Abril de 48), entrou no Ministério da Educação em Maio, na Presidência da República em Junho e está agora no departamento Administrativo do Serviço Público, que deve elaborar um parecer. Voltará à Presidência da República para ser assinado e depois irá ao Ministério e finalmente regressará à Universidade. Na realidade, em vista da autonomia da universidade, tudo deveria estar terminado com a aprovação do Conselho de Curadores. Sob este aspecto a Universidade não está porém disposta a ser autónoma, prefere ficar subordinada ao Catete. Apesar de todas as aprovações anteriormente indicadas o problema não está portanto resolvido e por isso não tenho recebido os meus vencimentos, mas tenho continuado o meu serviço na Faculdade. A renovação do contrato é anual. Isto significa que todos os anos estarei na mesma incerteza. Estou convencido que na Universidade não haverá dificuldades, mas elas podem vir de cima.»
(Carta a Guido Beck, de 31 de Julho de 1948, proveniente do Rio de Janeiro)