Mostrar mensagens com a etiqueta Argentina 1957-1977. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Argentina 1957-1977. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Cronologia: Brasil, 1945-1949 e 1956-1964


1. O Brasil nos anos em que António Aniceto Monteiro aí viveu (segundo a Wikipédia):
1945 no Brasil
1946 no Brasil
1947 no Brasil
1948 no Brasil
1949 no Brasil


2. Cronologia de António Aniceto Monteiro:
1945
António Aniceto Monteiro vê-se obrigado a sair de Portugal, porque lhe vedaram a entrada na carreira académica, por razões políticas. Com recomendação de Albert Einstein, J. von Neumann e Guido Beck obtém uma cátedra de Análise Superior no Rio de Janeiro, na Faculdade Nacional de Filosofia (o convite tinha sido feito em Setembro de 1943). Em 28 de Fevereiro, António Aniceto Monteiro embarca para o Rio de Janeiro onde chega com um contrato por quatro anos o qual não será renovado por influência da Embaixada de Portugal.
É nomeado membro del Comité de Redacção da Revista Summa Brasiliensis Mathematicae que a Fundação Getúlio Vargas edita.
1945-1946
António Monteiro é investigador do Núcleo Técnico Científico da Fundação Getúlio Vargas (Rio de Janeiro), dirigido por Lélio Gama.
1946
Julho: Doutora-se Alfredo Pereira Gomes na Universidade do Porto, depois de ter sido orientado por António Aniceto Monteiro.
1948
António Monteiro inicia a série de publicações intituladas Notas de Matemática. Nos anos 1948-1949, são editados seis fascículos. Mais tarde, depois de sua ida para a Argentina, esta colecção será publicada sob a direcção de Leopoldo Nachbin alcançando uma grande difusão na América Latina.
1949
António Monteiro participa activamente na criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, no Rio de Janeiro, do qual é membro fundador e para o qual é contratado como investigador de Matemática.
Lecciona um curso de Introdução à Matemática para os investigadores de Instituto de Biofísica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro por convite do seu Director Carlos Chagas.
Em 5 de Dezembro, vindo do Brasil, chega à Argentina (Buenos Aires), contratado pela Universidad Nacional de Cuyo (sediada na cidade de San Juan, província de San Juan). De 1950 até 1956 é aí docente de Análise Matemática na Facultad de Ingeniería, Ciencias Exactas, Físicas y Naturales.
A partir de 1950 é professor de Matemáticas Superiores na Faculdade de Ciências da Educação da mesma universidade, na cidade de San Luis.

3. O Brasil desde a eleição de Juscelino Kubitschek até ao Golpe Militar de 1964 (segundo a Wikipédia):
1956 no Brasil
1957 no Brasil
1958 no Brasil
1959 no Brasil
1960 no Brasil
1961 no Brasil
1962 no Brasil
1963 no Brasil
1964 no Brasil

4. Cronologia de António Aniceto Monteiro:
1959
Designado Organizador do Instituto de Matemática da Universidad Nacional del Sur, por diploma de 1959.
É convidado pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, na sua qualidade de Membro Fundador, para assistir à comemoração do décimo aniversário da sua fundação, permanecendo no Rio de Janeiro de Julho a Novembro. Em Julho participa como convidado no 2º Colóquio Brasileiro de Matemática, que se realiza em Poços de Caldas (Brasil), dando conferências entre as quais expõe as suas pesquisas sobre Álgebras Monádicas.

5. Ver ainda (sobre este segundo período):
A luta dos Antifascistas Portugueses do Brasil contra a ditadura de Salazar e o Colonialismo, por Miguel Urbano Rodrigues
Após a chegada ao Rio de Janeiro do general Humberto Delgado, em 21 de Abril de 1959, dia do Tiradentes, a acção da PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado – a polícia política portuguesa do tempo de Salazar) intensificou-se no Brasil. A PIDE tinha informadores e agentes infiltrados naquele país que relatavam a actividade do numeroso grupo de exilados políticos que aí viviam. Esses relatórios têm, é claro, a credibilidade que merecem...
Antes de partir para o exílio, Humberto Delgado esteve refugiado na Embaixada do Brasil em Lisboa, desde 12 de Janeiro de 1959. O embaixador era Álvaro Lins, grande amigo da oposição portuguesa, tendo presidido à 1ª Conferência Inter-americana da Amnistia para os Exilados e Presos Políticos da Espanha e de Portugal, realizada na Faculdade de Direito de São Paulo em 1960.
Os documentos aqui reproduzidos constam do Processo 558/67-SR, NP-3577 (folhas 26, 27, 35, 37, 40), do Arquivo da PIDE/DGS, relativo a António Aniceto Monteiro, existente na Torre do Tombo (IAN/TT).
Os recortes de jornais são ambos do «Portugal Democrático» e fazem parte integrante de relatórios da PIDE. As «Declarações do prof. Aniceto Monteiro» são do nº 32 de Janeiro de 1960. O telegrama enviado ao jantar de homenagem a Álvaro Lins (que se tinha realizado em 5 de Maio, em S. Paulo) foi publicado no nº 37 de Junho de 1960.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

sexta-feira, 6 de maio de 2011

El 15 de mayo se cumplen 50 años de la llegada de la primera computadora científica a Argentina

Clementina medía 18 metros de largo y tenía 5000 válvulas de vidrio.
Foto: Universidad de Buenos Aires/Reproducción
(Primera computadora argentina silbaba tangos hace 50 años)


***


Las memorias relatadas en este artículo se refieren a mi lejana colaboración con el Prof. Julio Rey Pastor en el Instituto de Calculo del CSIC de Madrid, en los años 1950; a un viaje de estudios a Italia que inicié acompañando a Rey Pastor y a mi trabajo en el Istituto Nazionale per le Aplicazioni del Calcolo, de Roma. También se relata mi participación, gracias a una invitación de Rey Pastor, como experto en la organización del Instituto de Calculo de la Universidad de Buenos Aires en la Argentina a comienzos de los años 1960. Los recuerdos de mi estadía en Argentina se refieren también al trabajo de investigación en la Universidad Nacional del Sur, en Bahía Blanca. Aquí trabajé en un proyecto de diseño y construcción de una computadora electrónica (llamada CEUNS), y colaboré con el Prof. Antonio Monteiro (en el grupo de investigación del Instituto de Matemáticas que dirigía en Bahía Blanca), iniciando trabajos en ciencias de la computación. Se dan también algunos detalles sobre la creación de Sociedad Española de Matemática Aplicada (SEMA) y de la revista Arquímedes, ambas en España y de la Sociedad Argentina de Cálculo (SAC) en Argentina. Se incluyen referencias documentales sobre estos temas, varias de ellas las he puesto en formato digital en Internet, y se dan sus enlaces para facilitar la consulta.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Dois protagonistas do século de existência da Universidade de Lisboa: António Aniceto Monteiro e Alfredo Pereira Gomes



© Família de Pilar e Hugo Ribeiro
Agradecimentos: Mário Ribeiro, Ilda Perez
Digitalização de Jorge Rezende

Neste dia 25 de Abril de 2011, apresenta-se aqui uma fotografia de dois Professores ligados à Universidade de Lisboa, António Aniceto Monteiro e Alfredo Pereira Gomes. Embora de proveniência diferente, já tinha sido reproduzida em António Aniceto Monteiro e Alfredo Pereira Gomes (sem data) e foi tirada no mesmo mês que esta: Alfredo Pereira Gomes, Ruy Luís Gomes, António Aniceto Monteiro e Manuel Zaluar Nunes.
Nessa data, Julho de 1959, estavam ambos no exílio.
Alfredo Pereira Gomes foi afastado da Universidade em Outubro de 1946, por decisão do Governo, alegadamente por “estar incurso no disposto do decreto-lei nº 25317” (ver Tentativa Feitas nos Anos 40 para criar no Porto uma escola de Matemática, por Ruy Luís Gomes). Foi para França e, depois, para o Brasil.
António Aniceto Monteiro nunca foi expulso da Universidade Portuguesa, porque nem sequer foi admitido depois de regressar de Paris em 1936. Pelas razões que se conhecem, partiu para o Brasil em 1945, seguindo para a Argentina anos mais tarde. De tudo o que fez pela nossa Universidade, e pelas dos países onde trabalhou, temos vindo a fazer o modesto relato.
Todos os nomes citados neste texto são de exilados, exemplos da nossa triste Universalidade.


segunda-feira, 11 de abril de 2011

As barcas deslizando suavemente​, rapidament​e, no silêncio do rio...


Passeio no Tejo em 1941 ou 1942: barcas
© Família de Pilar e Hugo Ribeiro
Agradecimentos: Mário Ribeiro, Ilda Perez
Digitalização de Jorge Rezende

domingo, 10 de abril de 2011

... e as lavadeiras cantando ao desafio

Passeio no Tejo em 1941 ou 1942: lavadeiras
© Família de Pilar e Hugo Ribeiro
Agradecimentos: Mário Ribeiro, Ilda Perez
Digitalização de Jorge Rezende



DESAFIO

Correm as águas
nos montes
nos outeiros
nas colinas
transparentes, cristalinas
regando flores
sequiosas de amores.

As barcas
deslizando
suavemente
no silêncio do rio
e as lavadeiras
cantando ao desafio.

Oh! silêncio eloquente
das vozes caladas.

Correm ideias
nos montes
nos outeiros
nas colinas
transparentes, cristalinas
regando dores
sequiosas de amores.

As barcas
deslizando
suavemente, rapidamente
no silêncio do rio
e as lavadeiras
cantando ao desafio.

[1959]


Ver:
En las márgenes del Napostá...
Passeio no Tejo

Passeios no Tejo

domingo, 23 de janeiro de 2011

Relatórios do "informador habitual" da PIDE no Brasil

Os documentos aqui reproduzidos constam do Processo 558/67-SR, NP-3577 do Arquivo da PIDE/DGS, relativo a António Aniceto Monteiro, existente na Torre do Tombo (IAN/TT).
-
Observações:
1. Curioso que uma das pessoas mencionadas seja o Capitão João Sarmento Pimentel que depois de, provavelmente, se ter cruzado com o tenente Monteiro no sul de Angola em 1915, talvez se tenha encontrado com o filho, António Aniceto Monteiro, no Brasil, 47 anos depois.
2. Importa chamar a atenção para o seguinte facto: é bem provável que, nos anos sessenta, a PIDE tivesse no Brasil, pelo menos, dois informadores, um dos quais mostrava "serviço" enviando relatórios falsos. Isto evidencia até que ponto há que ser prudente quando se examina um documento escrito. Não é objectivo deste blogue fazer a história da PIDE, dos seus informadores, dos seus agentes infiltrados, etc. Por esse motivo nada mais se adianta.

sábado, 25 de dezembro de 2010

«Penso que no exterior o que é fundamental é apoiar as directivas da frente interna de resistência»: carta de 6 de Julho de 1961

Bahía Blanca, 6 de Julho 1961


Dr. Manuel Sertório
R. Manuel de Nóbrega, 63
São Paulo - Brasil

Prezado Dr. Sertório:

Desculpe o atraso com que respondo à sua carta mas estive doente com uma gripe, que me deixou bastante abalado e com a minha correspondência bastante atrasada.
Pode pôr o meu nome entre o das pessoas que assinam a declaração a ser enviada aos governos de todos os paises membros da ONU.
Também lhe agradeço a nota da Comissão de Inter-ligaçao sobre a qual lhe escreverei mais adiante.
Vou ver se consigo outra assinatura para a declaração.
Apesar de que não sou nem escritor nem politico profissional vou tentar escrever um artigo para o Portugal Democrático sobre problemas políticos. Dada a minha falta de experiência nestes assuntos, penso enviar o artigo em questão a alguma pessoa entendida para que opine sobre ele. Há 11 anos que estou completamente isolado das coisas portuguesas e só agora, desde que está aqui o Ruy, é que tenho mais algumas notícias, além das que leio em Portugal Democrático. De um modo geral penso que no exterior o que é fundamental é apoiar as directivas da frente interna de resistência.
O Galvão acabou por revelar-se completamente como um autêntico colonialista nos 3 artigos que escreveu num diário de São Paulo. Para mim as reticências que ele punha à primeira redacção da declaração tinham um significado perfeitamente claro e por isso mesmo não quis assinar a segunda redacção.
As mais cordiais saudações, com os melhores agradecimentos, do companheiro e amigo



Ler Angola e António Aniceto Monteiro
Neste blogue: Angola

«Estamos frente a uma guerra colonial que só terminará com a derrocada do fascismo»: carta de 29 de Maio de 1961

Bahía Blanca, 29 de Maio de 1961


Dr. Manuel Sertório
R. Manuel de Nóbrega, 636
São Paulo - Brasil

Prezado Dr. Sertório:

Recebi a sua atenta carta do 13 de Maio quo muito lhe agradeço. Hoje chegou a sua carta para o Prof. Ruy Gomes com a nova redacção da declaração sobre o problema colonial, que ele me comunicou a seu pedido.
Quero comunicar-lhe que pode pôr o meu nome entre o das pessoas que assinam a declaração em questão e que consta de três pontos. Agora desapareceram todas as reticências que lhe tinham proposto, como me diz na sua carta; o que de resto já sabia pelo Ruy. Talvez seja oportuno recordar as seguintes palavras de um destacado líder político, já falecido:
“La oposición burguesa es precisamente eso, burguesa y oposición, porque no lucha ella misma, no tiene un programa que pueda ser defendido incondicionalmente, sino que aparece en medio de las partes contendientes (el gobierno y el proletariado revolucionario más unos cuantos intelectuales que lo apoyan), porque cuenta con aprovecharse del resultado de esta lucha.” etc. Vea Vol. 7, pag. 510 (V. L.) porque é um artigo muito interessante.
A situação em Angola agrava-se cada vez mais. Os jornais já falam de 25.000 mortos (negros); mobilizaram em Portugal, segundo me informa Ruy, a classe de 1958. Estamos frente a uma guerra colonial que só terminará com a derrocada do fascismo e a instauração dum governo provisório revolucionário; a menos que se consiga interromper a guerra pela intervenção da ONU.
Envio-lhe as minhas melhores saudações, com os meus melhores agradecimentos pela atenção dispensada



Ler Angola e António Aniceto Monteiro
Neste blogue: Angola

«Sobre o problema da auto-determinação dos povos coloniais não pode haver nenhuma espécie de reticências»: carta de 24 de Abril de 1961

Bahía Blanca, 24 de Abril de 1961

Dr. Manuel Sertório
R Manuel de Nóbrega, 636
São Paulo. Brasil

Estimado Dr. Sertório:

Recebi a sua atenta carta de 13 de Abril, que muito lhe agradeço. Esta carta não continha o documento sobre o problema colonial, cujo envio me comunicava. É portanto impossível opinar sobre o mesmo. Entretanto tenho aqui à mão uma declaração sobre o problema colonial, que a Comissão de Inter-Ligação enviou ao Prof. Ruy Gomes em 30 de Março. Trata-se de um documento com uma orientação essencialmente distinta da declaração impressa à qual enviei a minha adesão na carta que lhe escrevi em 23 de Março.
Devo dizer-lhe que não assinarei a declaração de 30 de Março anteriormente indicada, porque o problema da autodeterminação dos povos coloniais está posto em termos ambíguos.
Em primeiro lugar se reconhece o direito à irrestrita auto-determinação, mas logo a seguir se agrega “sob as necessárias garantias de exercício desse direito em condições humanamente progressivas, etc.” o que pode significar, por exemplo, que os povos coloniais terão que esperar mais alguns séculos para que se lhes reconheça esse direito.
Para tomar outro ponto com o qual estou em desacordo basta citar o artigo 6°) com cuja redacção discordo totalmente. Está completamente errado sob o ponto do vista político e histórico. Usa o tom dum patrão a falar para um escravo.
Por outro lado a parte final do artigo 5°) da declaração impressa à qual tinha enviado a minha adesão foi completamente suprimido o que é deveras lamentável. Sobre o problema da auto-determinação dos povos coloniais não pode haver nenhuma espécie de reticências. Depois de uma política de opressão, escravidão e extermínio que durou séculos, o governo iniciou actualmente uma guerra de extermínio em Angola e outras colónias, que é necessário condenar nos termos mais enérgicos apoiando os povos coloniais na sua luta pela independência nacional.
Volto a manifestar o meu apoio à redacção da declaração impressa.
Comunico-lhe também o meu apoio ao documento enviado ao Prof. Ruy Gomes, em 30 de Março de 1961, pela Comissão de Inter-Ligação, de apoio à declaração de 10 de Fevereiro subscrita por 160 democratas. As palavras da primeira linha “residentes no Brasil”, devem ser substituidas por “residentes no estrangeiro” ou “residentes no Brasil, Argentina, etc.” Tal e qual como está pode pôr o meu nome entre os que estão decididos a assiná-la.
Enviando-lhe as melhores saudações democráticas, subscrevo-me com a maior consideração e respeito



.
António Monteiro
Barrio Universitário, casa 12
Bahía Blanca. Argentina

“Nenhum povo pode ser livre se oprime outro povo”: carta de 23 de Março de 1961 a propósito do início da guerra em Angola

Bahía Blanca, 23 Março 1961


Dr. Manuel Sertório
R. Manuel de Nóbrega 636
São Paulo.

Estimado Dr. Sertório:

O Professor Ruy Luís Gomes mostrou-me um projecto de declaração sobre o problema das colónias portuguesas e disse-me que estariam interessados em conseguir assinaturas para o referido documento.
Por esse motivo escrevo-lhe para manifestar o meu completo acordo com os termos da declaração e para comunicar-lhe que podem pôr o meu nome entre o das pessoas que estão decididas a assiná-la.
Disse-me o professor Ruy Gomes que poderia apresentar qualquer sugestão que achasse conveniente. Creio que não é suficiente condenar o envio de forças armadas para os territórios coloniais e que se deveria também reclamar que se retirem todas as tropas de repressão enviadas nos últimos tempos. Ao mesmo tempo convém declarar que a responsabilidade de todos os sucessos que ocorram nas colónias recai inteiramente sobre o governo de Portugal e serão uma simples consequência da sua política de repressão que se pode contrapor à atitude dos diversos movimentos para a independência das colónias que reclamam insistentemente negociações pacíficas.
Se não tivesse nascido na colónia de Angola assinaria também o mencionado documento porque penso que “nenhum povo pode ser livre se oprime outro povo”.
Subscrevo-me com a maior consideração e respeito




António Aniceto Monteiro
Barrio Universitário, casa 12
Bahía Blanca, Argentina.

sábado, 15 de setembro de 2007

"Pienso que todos los hombres tienen derecho a la cultura..." [texto completo!]

Señoras y Señores
Colegas y amigos:

Quiero en primer lugar expresar mis mejores agradecimientos a todas las personas que han querido honrarme con su presencia en esta reunión, que me ha emocionado profundamente.
Llevo 43 años de actividad, como trabajador científico, realizada principalmente en tres países: Portugal, Brasil y Argentina.
No existen caminos fáciles. De un modo general he encontrado en mi trabajo dificultades de mayor o menor grado según los países y las circunstancias particulares del contexto ambiental, que cambia en forma constante.
¿Cuáles son las ideas de carácter general que dominaron mi espíritu al final de una vida dedicada al trabajo científico?
En primer lugar pienso que la observación, la experimentación y el razonamiento, como es bien conocido son los pilares del conocimiento humano.
Se trata de una convicción profunda que he mantenido a lo largo de toda mi vida, juntamente con muchísimos otros, con vivo rechazo de todo tipo de tendencias irracionales.
La observación del mundo exterior ha motivado, por cierto, la creación de muchas ramas de la matemática, dándoles el impulso inicial.
Pero una característica esencial de esta disciplina consiste en no hacer afirmaciones sin demostrarlas, sin probarlas por medio de razonamientos adecuados. En esto reside el encanto de la matemática.
El arte de razonar es el instrumento fundamental que se usa para labrar el terreno de esta disciplina.
Pero dado un conjunto de postulados el desarrollo de sus consecuencias no está automáticamente determinado. Existen muchos caminos posibles. Hay que elegir. Por un lado están las nociones nuevas que hay que introducir (por medio de definiciones) y las relaciones entre ellas que es necesario describir.
Se trata en realidad de un viaje poético por caminos desconocidos que tiene todas las características de una aventura apasionante.
Aparentemente en su desarrollo intervienen la imaginación, las consideraciones de carácter estético y filosófico, la observación ó el descubrimiento de analogías, el poder de síntesis, de análisis, etc. Encontrar una perspectiva, escalar caminos difíciles y desconocidos, para llegar eventualmente a un punto de vista destacado y contemplar el paisaje circundante; son posibilidades que mueven el espíritu del estudioso.
Uno percibe de pronto todas las dificultades que se presentan en un trabajo de esta naturaleza y al disfrutar de un paisaje maravilloso en algunos caminos que otros abrirán se adquieren dos virtudes irreemplazables; la humildad y el respeto por la actividad del investigador científico.
En esta aventura de la razón no es posible hacer abstracción del uso que se hace de los resultados obtenidos en el campo de la investigación, ni de sus motivaciones; para el Bien o para el Mal. Disyuntiva siempre presente en el curso de la Historia, en la cual intervienen todos los hombres, cuanto mas no sea por su indiferencia.
Pienso que todos los hombres tienen derecho a la cultura y espero que llegará pronto la era en que todos ellos podrán satisfacer plenamente sus necesidades de orden material, sin distinciones de ninguna naturaleza.
Paralelamente todos deben tener consciencia de sus deberes y obligaciones, trabajando de acuerdo con sus posibilidades, para el bien de la humanidad.
Esto será posible si la generación actual, y en particular los jóvenes, se proponen alcanzar esos objetivos por caminos inteligentes y adecuados para cada contexto.
Las ciencias matemáticas, como todas las otras, tienen un importante rol a desempeñar en la construcción de un mundo mejor.
Pensar de esta forma es un deber, creo yo, pero se trata de un pensamiento de muchos millones de hombres y que tiene profundas raíces en la historia.
Estas son mis convicciones y mis deseos mas profundos.
Como trabajador científico me he limitado a cumplir con mis deberes. Otros méritos no tengo. Mal puedo justificar las atenciones que recibo en el día de hoy y solo quisiera expresar en pocas palabras mi reconocimiento.

António Aniceto Monteiro (1974?)


Este deve ser o discurso de agradecimento por lhe ter sido outorgado o título de Membro Honorário da União Matemática Argentina (1 de Outubro de 1974). Agradecimentos ao Prof. Luiz Monteiro que o transcreveu. Pertence ao espólio de António Aniceto Monteiro.
NOTA: Infelizmente, na FOTOBIOGRAFIA (páginas 142-143 (*)), este texto está cortado a partir de "Esto será posible..."
(*) Aparece com o título "Como trabajador científico me he limitado a cumplir con mis deberes..."
Ver:

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Ruy Luís Gomes e José Morgado no Recife: Agosto de 1964




(do espólio de António Aniceto Monteiro)
Agradecimentos à família de António Aniceto Monteiro
Digitalização de Jorge Rezende

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

António Aniceto Monteiro numa fotografia para o Bilhete de Identidade (1958)

Digitalização de Jose Marcilese
© Família de António Aniceto Monteiro
Una ampliacão desta foto, está na Biblioteca do Instituto de Matemática.
Ver:
(3) Biblioteca Dr. ANTONIO A. R. MONTEIRO
(2) Biblioteca Dr. ANTONIO A. R. MONTEIRO
(1) Biblioteca Dr. ANTONIO A. R. MONTEIRO
Carta a Leticia Giretti (Bahía Blanca, 14 de Setembro de 1976)
© Família de António Aniceto Monteiro