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domingo, 11 de novembro de 2012

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Pedido de certidão de óbito do tenente Monteiro e respectiva resposta (21 de Agosto de 1916)


© Família de António Aniceto Monteiro
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«O principal documento que relata os últimos dias de vida do tenente Monteiro é de um tenente coronel de infantaria, João Ortigão Peres(21), ex-chefe do estado maior do corpo expedicionário no sul de Angola, e diz o seguinte:
A ser verdade que, quando partiu, o tenente Monteiro já se encontrava doente e sendo conhecidas as dificuldades que uma tal missão, de vários dias, comportava, só é de admirar que ainda tivesse regressado com vida.
Apesar de algumas imprecisões devidas ao esfumar da memória que a passagem do tempo induz, como a referência a Alves Roçadas que, como sabemos, nessa altura, já não estava em Angola, este relato tem o mérito de informar que, na noite da morte do tenente Monteiro, uma alta patente, provavelmente o próprio Pereira de Eça, esteve em sua casa(*). O episódio mostra até que ponto o estado maior, sediado em Mossâmedes, estava ávido de informações sensíveis da parte de um homem que, por ter trabalhado precisamente nessa zona como topógrafo militar durante vários anos na construção do caminho de ferro, conhecia o terreno como ninguém.» 


(*) Não deve ter sido sequer Pereira de Eça, porque este se encontrava em campanha bem para o interior da região de Mossâmedes nessa data, como se pode constatar ao ler Campanha do sul de Angola em 1915: relatório do General Pereira de Eça. Lisboa: Imprensa Nacional, 1921. Pode ter sido João Ortigão Peres, chefe do estado maior do corpo expedicionário no sul de Angola que estava, provavelmente, em Mossâmedes devido à natureza do cargo que ocupava. Aliás, é ele que relata com maior fidelidade o que se passou.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Certidão de óbito do tenente Monteiro, datada de 5 de Janeiro de 1916


© Família de António Aniceto Monteiro
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Esta certidão, levada pela família Monteiro para a América do Sul, tem a mesma data e é uma cópia manuscrita, também pelo padre Basílio, daquela que fomos encontrar em Lisboa, no Colégio Militar: Certidão de óbito do pai de António Aniceto Monteiro (autor: padre António Moreira Basílio). Era assim naquele tempo, quase tudo era manuscrito e copiado tantas vezes quantas as necessárias.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

O tenente Monteiro como chefe da secção militar da Inspecção de Fazenda de Mossâmedes (15 de Outubro de 1914)


© Família de António Aniceto Monteiro
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«Sabe-se que, desde 1 de Setembro de 1913, [o tenente Monteiro] “continuou na situação de adido mas em comissão extraordinária de serviço no Ministério das Colónias” [ARM1], e que foi colocado na “Secretaria Militar de Mossâmedes, por haver desistido da Licença ilimitada, no referido dia 1 de Setembro” [ARM1], tendo sido “nomeado chefe da Secção Militar da Fazenda de Mossâmedes na mesma data” [ARM1]. Foi exonerado deste cargo em 30 de Novembro de 1914.»

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Reclamação de um passageiro do Caminho de Ferro de Mossâmedes (5 de Setembro de 1913)


 
© Família de António Aniceto Monteiro 
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«Sabe-se que, desde 1 de Setembro de 1913, [o tenente Monteiro] “continuou na situação de adido mas em comissão extraordinária de serviço no Ministério das Colónias” [ARM1], e que foi colocado na “Secretaria Militar de Mossâmedes, por haver desistido da Licença ilimitada, no referido dia 1 de Setembro” [ARM1], tendo sido “nomeado chefe da Secção Militar da Fazenda de Mossâmedes na mesma data” [ARM1]. Foi exonerado deste cargo em 30 de Novembro de 1914.»

sábado, 3 de novembro de 2012

Intervenção do alferes Monteiro na proclamação da República em Setúbal no dia 5 de Outubro de 1910


© Família de António Aniceto Monteiro
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Publica forma
Nós abaixo assinados, membros das commissões municipal e parochiaes da cidade de Setubal, declaramos: Que na madrugada de cinco de outubro de mil novecentos e dez, o snr. Antonio Ribeiro Monteiro, ao tempo alferes de infantaria onze, tendo sahido com uma força daquele regimento para a policia da cidade, adheriu com os soldados do seu comando ao movimento revolucionario, confraternisando com o povo em favor da Republica, pondo-se incondicionalmente á disposição dos elementos republicanos da cidade, auxiliando-os na manutenção da ordem, que desde logo ficou assegurada. Que estes factos se deram muitas horas antes da proclamação da Republica, com grave compromisso para aquele brioso oficial, caso o movimento revolucionario tivesse fracassado. Que o referido oficial foi sempre tido como um espirito liberal de ideias avançadas que ostensivamente manifestava com risco do logar que ocupava. Que por tudo isto julgamos o snr. Antonio Ribeiro Monteiro um cidadão prestante á causa da Patria e da Republica e digno portanto do respeito e consideração de todos os bons republicanos. Setúbal vinte e três de setembro de mil novecentos e onze. (...)
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(...)
Entretanto, tinha ocorrido a revolução republicana de 5 de Outubro e, a esse propósito, o relatório do coronel Narciso d’Andrade refere:
“Por ocasião da Revolução que proclamou a Republica em Portugal, Setúbal foi, como se sabe, theatro de desorientação popular que se traduziu por incendios a repartições publicas, egrejas, etc.
Necessario se tornava mandar para a rua a força publica com o fim de evitar, sendo possivel a continuação de similhantes desvairamentos. Um capitão e um subalterno, levando sob o seu comando as praças disponiveis, saíram a coadjuvar a autoridade. Porem a população desrespeitou a força e feriu gravemente o seu comandante, bastante conhecido pelas suas ideias liberaes. Teve a força de retirar, à vista de similhante attitude.
Foi então que chamei o Alferes Monteiro e com uma diminuta força o encarreguei de se dirigir ao povo e obstar à continuação dos vandalismos até então praticados e em ameaça de continuarem.
De tal forma se houve e tal diplomacia desenvolveu que toda a gente acolheu com palmas as palavras do Alferes Monteiro e debandou sem que houvesse a mais leve resistencia ou continuassem na pratica dos actos pelos mesmos praticados. Attenta a attitude do povo, expôs-se n’esta difficil missão, aquelle illustre official, não só a ser desrespeitado como a ser esmagado pelo povo.
A pacificação e tranquillidade dos animos foi obtida pelo habil official da seguinte forma: Mandou fazer alto à sua força a uma distancia consideravel dos ajuntamentos, mas de forma que por todos fosse presenciado. Embainha depois a sua espada e dirigindo-se ao povo, falla-lhe tão patrioticamente que começando a ser ouvido com apupos terminou por ser obedecido com vivas e palmas.
Dias depois a população de Setubal, reconhecedora, combinava-se para lhe preparar uma manifestação de simphatia. Ignoro se se chegou a realizar; mas realizasse ou não, certo é que o Senhor Alferes Monteiro, é hoje, em Setubal, a pessoa de mais consideração que a sua cidade encerra”.
(...)

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Agradecimento da Câmara de Mossâmedes ao alferes Monteiro (21 de Dezembro de 1909)


© Família de António Aniceto Monteiro
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«Mais uma vez a Camara da minha presidencia tem o prazer e honra de agradecer a V.Excia. a preciosa coadjuvação que tão gostosa e desinteressadamente de ha muito lhe vem dispensando, quer na elaboração da planta da cidade, trabalho proficiente e completissimo, que só por si representa um alto valor de progresso e melhoramento para este municipio, quer na elaboração da planta do mercado, quer ainda nas varias vezes[?] em que a tem illucidado em trabalhos de especialidade, alta competencia e capacidade de V.Excia.
Tudo isso, que tanto trabalho tem revelado a par de profundos conhecimentos tecnicos, muito calculo, muita ponderação e estudo aturado, esta Camara já mais o esquecerá, e faltaria aos mais sagrados dos deveres de gratidão se lhe não demonstrasse, como demonstra, o seu alto reconhecimento e mais profundo agradecimento.
É para esta Camara de bem intensa magua a retirada de V.Excia d'esta cidade; e fazendo votos por uma feliz viajem, deseja que a fortuna e felecidade o galardôem sempre tão grandemente,  quanto os predicados de V.Excia o exigem.»

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Nota: A assinatura que se vê é, muito provavelmente, de Seraphim Simões Freire de Figueiredo, que seria, então, Presidente da Câmara (ver Fernando da Costa Leal, quinto governador de Mossâmedes (1854-1959)). Seraphim Simões Freire de Figueiredo e o alferes Monteiro foram padrinhos de casamento dos pais de Lídia Monteiro.
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(...)
No fim desse ano [1909], dá-se uma viragem na vida de António Ribeiro Monteiro e nunca mais regressou à construção dos caminhos de ferro. Em 27 de Dezembro de 1909, por opinião da junta de saúde, veio para Portugal. Desconheço se a família o acompanhou.
(...)
O relatório finaliza com o parágrafo seguinte:
“Tamanha é a gratidão dos habitantes de Mossamedes e tão profundas simpathias alli deixou que a pedido d’aquella cidade vae o alferes Monteiro, muito brevemente, desempenhar alli uma nova comissão de serviço publico”.
Ao ler estas quatro páginas manuscritas que elogiam o alferes Monteiro, é difícil não ver nos traços de carácter descritos, aqueles que viriam a ser os do seu filho, António Aniceto: a grande inteligência, a versatilidade e a amplidão das suas aptidões intelectuais, o sentido prático aliado à competência teórica, a capacidade de comunicação e transmissão dos seus conhecimentos, a simpatia e a coragem.
Em Dezembro de 1910, o recém promovido tenente Monteiro regressou a Angola, tendo embarcado no dia 2 e chegado a Luanda no dia 16.
(...)

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Intimação ao Tenente Monteiro, de 16 de Maio de 1912







 
© Família de António Aniceto Monteiro
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Esta «Intimação» dá resposta, nem que seja parcial, à pergunta implícita que se coloca em Angola e António Aniceto Monteiro:
«Não se percebe muito bem onde esteve e o que fez, exactamente, o tenente Monteiro, em 1911. Até ao fim da vida viveu sempre, muito provavelmente, em Mossâmedes e, em 1911, pode ter estado parcialmente ao serviço do caminho de ferro, embora não na sua construção, que estava parada.»
Nessa época o tenente Monteiro trabalhava na «firma comercial Figueiredo e Almeida».
Ver:
 
É provável que esta «firma comercial Figueiredo e Almeida» se refira à empresa aqui mencionada:
«Veio depois a Companhia de Pesca da Baleia, que se instalou em Praia Amélia. Fundou-se a fábrica de conservas Africana, cuja iniciativa se deve a Miguel Duarte de Almeida, iniciativa que tomou corpo com o apoio do grande colono Serafim Simões Freire de Figueiredo, sogro do primeiro, que meteu mãos à obra, fundando a fábrica.»
Miguel Duarte de Almeida era casado com Amélia Figueiredo Duarte de Almeida.

domingo, 7 de outubro de 2012

O casamento dos pais de Lídia Monteiro: José Augusto Arthur Fernandes Torres e Augusta Amélia de Jesus Oliveira Faria




© Família de António Aniceto Monteiro 
Certidão de casamento, passada pelo padre António Moreira Basílio.
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José Augusto Arthur Fernandes Torres, «solteiro, de mais de trinta anos de idade, engenheiro, funcionário público, natural de Parada do Pinhão, concelho de Sabrosa, diocese de Braga, filho natural de Maria Fernandes Torres, proprietária, natural da freguesia de São João Baptista de Lamares, concelho de Vila Real, diocese de Braga...»
Augusta Amélia de Jesus Oliveira Faria, «solteira, doméstica, natural e moradora nesta freguesia, de vinte e um anos de idade, filha legítima de José Simões de Faria, natural da freguesia de Avellar, concelho de Figueiró dos Vinhos, diocese de Coimbra, comerciante, e de Dona Amélia ângela de Oliveira Faria, natural de Mossâmedes, de profissão doméstica...»
Foram testemunhas do casamento: «Seraphim Simões Freire de Figueiredo, solteiro, proprietário, e António Ribeiro Monteiro [pai de António Aniceto Monteiro], casado, oficial do exército do Reino, moradores nesta freguesia.»
Ver também:
 
 
O Eng. José Augusto Arthur Fernandes Torres foi aluno da Academia polytechnica do Porto, no ano lectivo 1889-1890; o mesmo se pode dizer para os anos 1892-1893 (ver Annuario: Volumes 15-17 ). Exerceu cargos de direcção nos caminhos-de-ferro em África (Angola e, talvez, Moçambique); ver:
 
Neste blogue:
 
 
Ver ainda:

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Desenho do tenente António Ribeiro Monteiro: Torre

© Família de António Aniceto Monteiro

Este desenho foi feito, provavelmente, em Mossâmedes, no sul de Angola; seguramente, antes de 7 de Julho de 1915.
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Ver:

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Desenho do tenente António Ribeiro Monteiro: Árvore

© Família de António Aniceto Monteiro

Este desenho foi feito, provavelmente, em Mossâmedes, no sul de Angola; seguramente, antes de 7 de Julho de 1915.
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Ver: 

domingo, 30 de setembro de 2012

Desenho do tenente António Ribeiro Monteiro: Cavalos

© Família de António Aniceto Monteiro

Este desenho foi feito, provavelmente, em Mossâmedes, no sul de Angola; seguramente, antes de 7 de Julho de 1915. 
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Os animais eram muito utilizados e, para o transporte de militares, os cavalos eram o meio preferido e, até, imprescindível.
(...)
Ao ler estas quatro páginas manuscritas que elogiam o alferes Monteiro, é difícil não ver nos traços de carácter descritos, aqueles que viriam a ser os do seu filho, António Aniceto: a grande inteligência, a versatilidade e a amplidão das suas aptidões intelectuais, o sentido prático aliado à competência teórica, a capacidade de comunicação e transmissão dos seus conhecimentos, a simpatia e a coragem.
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A estas linhas, escritas em 2007, poderíamos agora acrescentar que, também, na capacidade gráfica, na habilidade para o desenho, pai e filho se assemelham, como se pode ver aqui:
 
Ver ainda:
Memórias do Capitão (no sul de Angola em 1915): A FERRO E FOGO (3)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Memórias do Capitão (no sul de Angola em 1915): A FERRO E FOGO (3)

João Sarmento Pimentel, Memórias do Capitão. Editorial Inova, Porto, 1974
Este livro tem dois capítulos dedicados à guerra no sul de Angola: "O «Cabo Verde»" e "A ferro e fogo". Ambos se passam em 1915, o ano da morte do tenente Monteiro. [A propósito de Angola e António Aniceto Monteiro].
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Ver ainda:
Cartas de António Aniceto Monteiro sobre o início da Guerra Colonial em Angola há, exactamente, 50 anos.

Memórias do Capitão (no sul de Angola em 1915): A FERRO E FOGO (2)

João Sarmento Pimentel, Memórias do Capitão. Editorial Inova, Porto, 1974
Este livro tem dois capítulos dedicados à guerra no sul de Angola: "O «Cabo Verde»" e "A ferro e fogo". Ambos se passam em 1915, o ano da morte do tenente Monteiro. [A propósito de Angola e António Aniceto Monteiro].
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Ver ainda:
Cartas de António Aniceto Monteiro sobre o início da Guerra Colonial em Angola há, exactamente, 50 anos.