Fundação expõe obras menos conhecidas de Arpad Szenes em Março
Uma selecção de 129 desenhos, pinturas e gravuras de Arpad Szenes vai ser exposta em Março, em Lisboa, revelando registos menos conhecidos do artista, tais como auto- retratos e pinturas da sua mulher, Vieira da Silva.
De acordo com a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, a realização da exposição, a inaugurar a 02 de Março nas suas instalações, pretende remir uma "dívida moral" para com o artista, "um projecto sempre adiado por várias razões".
Em 1994 a Fundação comemorou o décimo aniversário da abertura do museu ao público com a grande exposição "Vieira da Silva nas colecções internacionais", planeando para mais tarde uma homenagem semelhante a Arpad Szenes, nunca concretizada.
A entidade considerou ser oportuno destacar este ano a obra do artista, cujo espólio em seu poder é superior ao de Vieira da Silva, ascendendo a cerca de 2.000 peças de diferentes técnicas e suportes que cobrem toda a sua produção.
Esta mostra da obra do artista detida pela Fundação foi agrupada por séries e temas recorrentes na produção de Arpad Szenes, nomeadamente arquitectura, a família e outros retratos de pessoas próximas, estudos sobre o corpo, ilustrações e gravuras.
Os desenhos - sobretudo da infância e juventude, e muitos auto- retratos de que nunca se separou - vão ser uma componente especial da exposição, não tanto por serem obras maiores do artista, mas pelo seu valor documental e emocional.
Um dos seus modelos de eleição, Maria Helena Vieira da Silva, surge como um dos temas predominantes a partir de 1930, ano do casamento, acompanhada pelo artista ou por elementos como mesas ou cadeiras, numa fusão de afecto e de investigação plástica.
A exposição completa-se com um núcleo de pinturas, paisagens abstractas que testemunham a forma como Arpad Szenes executava a representação da luz, o movimento e a atmosfera.
Nascido em Budapeste em 1897, revelou desde muito cedo uma especial aptidão para o desenho, frequentando a Academia Livre de Budapeste, onde o ensino era avançado e liberal.
Influenciado pela música de Bartok e de Kodaly, bem como pela arte de vanguarda de Lajos Kassák, percorreu as capitais artísticas europeias e fixou-se em Paris em 1925.
Quatro anos mais tarde conheceu Vieira da Silva na Academia da Grande Chaumière, casaram-se, e nos anos seguintes a sua obra é marcada pelo contacto com os surrealistas.
Devido à guerra partem para o Brasil, onde permanecem até 1947, e, de regresso a Paris, Arpad pede a nacionalidade francesa.
Começando a afirmar-se como pintor, veio a receber diversas condecorações do Estado francês pela sua actividade. Viria a falecer em 1985.
Apesar da sua personalidade discreta, é considerado um dos melhores representantes da Escola de Paris dos anos 40, tendo-lhe sido dedicadas várias retrospectivas a partir dos anos 70.
"Arpad Szenes - obras da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva" estará patente até 17 de Junho de 2007.
Agência LUSA
De acordo com a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, a realização da exposição, a inaugurar a 02 de Março nas suas instalações, pretende remir uma "dívida moral" para com o artista, "um projecto sempre adiado por várias razões".
Em 1994 a Fundação comemorou o décimo aniversário da abertura do museu ao público com a grande exposição "Vieira da Silva nas colecções internacionais", planeando para mais tarde uma homenagem semelhante a Arpad Szenes, nunca concretizada.
A entidade considerou ser oportuno destacar este ano a obra do artista, cujo espólio em seu poder é superior ao de Vieira da Silva, ascendendo a cerca de 2.000 peças de diferentes técnicas e suportes que cobrem toda a sua produção.
Esta mostra da obra do artista detida pela Fundação foi agrupada por séries e temas recorrentes na produção de Arpad Szenes, nomeadamente arquitectura, a família e outros retratos de pessoas próximas, estudos sobre o corpo, ilustrações e gravuras.
Os desenhos - sobretudo da infância e juventude, e muitos auto- retratos de que nunca se separou - vão ser uma componente especial da exposição, não tanto por serem obras maiores do artista, mas pelo seu valor documental e emocional.
Um dos seus modelos de eleição, Maria Helena Vieira da Silva, surge como um dos temas predominantes a partir de 1930, ano do casamento, acompanhada pelo artista ou por elementos como mesas ou cadeiras, numa fusão de afecto e de investigação plástica.
A exposição completa-se com um núcleo de pinturas, paisagens abstractas que testemunham a forma como Arpad Szenes executava a representação da luz, o movimento e a atmosfera.
Nascido em Budapeste em 1897, revelou desde muito cedo uma especial aptidão para o desenho, frequentando a Academia Livre de Budapeste, onde o ensino era avançado e liberal.
Influenciado pela música de Bartok e de Kodaly, bem como pela arte de vanguarda de Lajos Kassák, percorreu as capitais artísticas europeias e fixou-se em Paris em 1925.
Quatro anos mais tarde conheceu Vieira da Silva na Academia da Grande Chaumière, casaram-se, e nos anos seguintes a sua obra é marcada pelo contacto com os surrealistas.
Devido à guerra partem para o Brasil, onde permanecem até 1947, e, de regresso a Paris, Arpad pede a nacionalidade francesa.
Começando a afirmar-se como pintor, veio a receber diversas condecorações do Estado francês pela sua actividade. Viria a falecer em 1985.
Apesar da sua personalidade discreta, é considerado um dos melhores representantes da Escola de Paris dos anos 40, tendo-lhe sido dedicadas várias retrospectivas a partir dos anos 70.
"Arpad Szenes - obras da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva" estará patente até 17 de Junho de 2007.
Agência LUSA
Ver
Sobre ao relacionamento de António Aniceto Monteiro, Leite Lopes, Arpad Szenes e Vieira da Silva, ver